A parceria entre a Prefeitura de Ribeirão Pires e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) para a recolocação profissional será substituída por um balcão de empregos municipal, ligado à Secretaria de Promoção Social, garante o prefeito Clóvis Volpi (PV). Ele diz que o acordo com a Central de Trabalho e Renda da CUT não colabora para resolver o problema de desemprego no município. "O convênio não serve porque o desempregado que se inscrever e disser que precisa de mais de três conduções não é encaminhado para as empresas", alega.

Para Volpi, essa é a principal barreira enfrentada pelo desempregado do município para conseguir um novo trabalho na região, além da baixa qualificação. "O balcão de empregos da Prefeitura deverá estar funcionando em 30 ou 40 dias, e nós faremos acordos com as empresas para que esse problema das conduções não impeça a recolocação do profissional."

Segundo ele, a Prefeitura já está em contato com o departamento de recursos humanos de diversas empresas da região para iniciar o trabalho de enviar os currículos dos desempregados de Ribeirão e encaixá-los nas vagas existentes. "Será como uma agência de empregos, mas sem custo para o trabalhador nem para a empresa", explica.

Surpresa – O anúncio de Volpi foi uma surpresa para o diretor executivo da Central de Trabalho e Renda, João Martins Lima. "Tive uma reunião com o secretário de Indústria, Comércio, Turismo e Desenvolvimento Econômico da cidade, Marcelo Menato, e informei a ele o nosso total interesse de manter o projeto, que vem apresentando bons resultados na cidade", diz Lima. A parceria com a Prefeitura de Ribeirão começou em 2003 e estará em vigor até setembro deste ano.

Lima diz que o perfil do trabalhador para a vaga é definido pela empresa, que muitas vezes costuma pedir a proximidade da residência com o local de trabalho. "A CUT não faz distinção para nenhum trabalhador, quem define o mercado de trabalho são os empresários", afirma. Para Lima, se o prefeito de Ribeirão tomou essa decisão, o fez com base em alguma informação errada.

O diretor da CUT conta que em 2004 o posto da Central em Ribeirão inscreveu 7.636 trabalhadores, captou 1.091 vagas, encaminhou 4.521 para a seleção e conseguiu empregar 312 pessoas. "A maior dificuldade é a qualificação profissional, mesmo assim conseguimos ocupar 30% das vagas captadas. A continuidade da parceria iria possibilitar o aumento de inscritos, elevando a perspectiva de aproveitamento para 60% neste ano", prevê.

Além da sede em Santo André, a Central conta com o posto de Ribeirão, outro em Diadema e mais dois em Guarulhos. "Nós vamos ampliar esse número e ainda tentar manter o posto de Ribeirão, mas para isso é necessário que a parceria com a Prefeitura seja mantida", afirma Lima.

Estimativa – A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável trabalha com dados estimados em relação ao número de desempregados no município. Segundo o secretário Marcelo Menato, o dado não oficial da cidade é que 16% da PEA (População Economicamente Ativa) está desempregada, embora não tenha idéia de quanto isso significa. Menato procura se basear também no número de inscritos apresentado pela Central de Trabalho e Renda: 12,5 mil durante o último ano e meio. "Mas entre esses inscritos constam também os que residem em outros municípios e estiveram em Ribeirão para preencher o cadastro, o que torna esse dado não aproveitável para desenvolver uma política contra o desemprego na cidade", explica Menato. Dados do Executivo mostram que Ribeirão tem mais desempregados do que os que se inscreveram, mas o número oficial ainda está sendo pesquisado pela nova administração.