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Das Filipinas ao Iraque, cristãos festejam a Páscoa
Da AFP
16/04/2006 | 14:54
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Das Filipinas à China passando por Iraque e Vietnã, milhões de cristãos do Oriente celebraram neste domingo a Páscoa, a mais importante festa do cristianismo que foi este ano marcada pela primeira missa pascal do pontificado do papa Bento XVI.

Nas Filipinas, onde cerca de 80% da população é católica, milhões de fiéis foram às igrejas para comemorar a ressurreição de Cristo. O arcebispo de Manila, Gaudencio Rosales, pediu aos fiéis que sigam o exemplo de Jesus e superem a crise política que toma conta do país há vários meses.

A presidente Gloria Arroyo anunciou no sábado, durante a sua mensagem pascal, que nenhum condenado à morte seria executado. Católica fervorosa, Arroyo informou que a pena capital seria substituída pela prisão perpétua.

Na capital vietnamita, Hanói, os sinos das igrejas ressoavam enquanto milhares de fiéis assistiam às celebrações iniciadas no sábado com uma missa à meia-noite na catedral São José.

"Milhares de fiéis vieram para as celebrações da Páscoa", informou o padre Dang Duc Ngan, explicando que os fiéis faziam fila do lado de fora da igreja neogótica datada do período colonial francês.

A comunidade católica vietnamita é a segunda da Ásia, com pouco mais de 6 milhões de fiéis, 7% da população.

O Vietnã não mantém relações diplomáticas com o Vaticano, apesar de uma recente aproximação entre o regime comunista e a Santa Sé.

Na China, onde os seguidores de cultos proibidos pelo Estado não podem exercer suas atividades religiosas, celebrações clandestinas foram realizadas apesar de tudo.

"Já que nós não possuímos a autorização das autoridades, a congregação tem que se reunir em segredo", disse à AFP por telefone Hua Huiqi, que freqüenta uma igreja clandestina de Pequim.

A China autoriza a prática da religião católica, mas apenas no âmbito da Igreja "Patriótica", próxima do governo comunista e que não reconhece a autoridade do Vaticano. À margem desta Igreja oficial subsiste uma Igreja clandestina que reconhece a Santa Sé.

Em Bagdá, os cristãos celebraram discretamente a missa da Páscoa neste domingo em meio a um rígido esquema de segurança. Os fiéis iraquianos rezaram pela paz neste país devastado pela violência sectária. Os cristão representam 3% dos 27 milhões de iraquianos.

"Rezamos para que a situação volte ao normal", declarou o padre Raad Salim, de 55 anos, que celebrou a missa na igreja anglicana de São Jorge em Salhiya, no centro de Bagdá.

"Nosso desejo é que a paz retorne, que os líderes políticos formem rapidamente um governo que sirva aos cidadãos, assegure sua segurança e que seja o abrigo de diferentes credos religiosos", disse o padre Salim diante de dezenas de pessoas reunidas para a ocasião.

Abu Mariam, um fiel de 40 anos, considera que, apesar da violência, o povo iraquiano viverá em paz.

"Aqui no Iraque, os cristãos foram alvo de dezenas de ataques, mas isto não diminui a sua vontade de continuar a viver em paz com os muçulmanos", disse.

Na Índia, onde a imensa maioria da população é hinduísta, algumas centenas de milhares de peregrinos rezaram na Igreja de São Thomás de Malayattoor, uma cidade do Estado de Kerala (sul) que conta com 23% de cristãos.



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