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Dívida da Prefeitura de São Bernardo sobe 50%

Passivo consolidado do Executivo passou de R$ 1,48 bi para R$ 2,22 bi entre fim de 2016 e 2019

Por Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
26/01/2020 | 00:02
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Nario Barbosa/DGABC


A dívida consolidada da Prefeitura de São Bernardo subiu quase 50% entre dezembro de 2016, último mês de mandato do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), e o quinto bimestre de 2019, sob gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB).

Dados fornecidos pela administração ao Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro), da Secretaria do Tesouro Nacional, e compilados pelo Diário mostram que, em 2016, o petista deixou o governo com passivo na ordem de R$ 1,48 bilhão.

O mesmo indicador agora apresenta que o deficit consolidado da Prefeitura de São Bernardo atingiu o patamar de R$ 2,22 bilhões. O acréscimo nesse volume negativo representa alta de 49,58% no período.

Os números vão na contramão do que Morando prega desde o início da gestão, de austeridade com os gastos públicos e de economia nas contas municipais. Ao assumir o Paço, por exemplo, o tucano garantiu que, em seus 100 primeiros dias como prefeito, o Executivo registrou enxugamento de R$ 100 milhões.

Não é raro ele também criticar o quadro financeiro que herdou de Marinho. Em novembro de 2019, por exemplo, ele fez prestação de contas do mandato para a cúpula do PSDB. “Discutimos políticas públicas para o futuro da nossa cidade e aproveitei para falar um pouco do meu sentimento de quando assumi (o cargo) com mais de R$ 200 milhões em dívidas (de curto prazo, chamados de restos a pagar) e das primeiras dez medidas de austeridade para cortarmos gastos e recuperar a saúde econômica da cidade, atualmente com o maior rating (A+) da história.”

Em entrevista dada neste mês ao Diário, Marinho já contestou as declarações de Morando sobre o cenário fiscal. “Na transição tratei deste assunto com ele. A cidade tinha 17% de capacidade de investimento. O prefeito da Capital terá inveja disso, avisei para ele. Não fosse a condição que deixei, não teriam aprovações do Tribunal de Contas do Estado”, comentou, à ocasião.

Em resposta ao Diário, o governo Morando admitiu o crescimento, mas citou que a alta no volume de passivos durante a gestão Marinho foi ainda maior. “O total da dívida em 2008 era no montante de R$ 469,8 milhões e, em 2016, saltou para R$ 1,48 bilhão – um crescimento de 216,54%.”

A administração tucana declarou que o acréscimo do passivo decorre de “operações de crédito contraídas pela gestão passada, que contratou e abandonou uma série de obras com recursos de financiamentos”. “Além disso, a atual gestão se viu obrigada a contrair novos empréstimos para dar continuidade às obras paralisadas pelo governo anterior.”

O Paço citou ainda anuário da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), que coloca o município como um dos que mais investiram em 2018 no País – o mesmo relatório coloca São Bernardo no top 5 das cidades que mais pagam dívida. “Importante destacar que o município está dentro dos limites legais da Lei de Responsabilidade Fiscal, além de ter conquistado o melhor rating para novas contratações de crédito de sua história recente.” 




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