Quatro barracos de madeira e uma casa de alvenaria foram demolidos em uma área de risco no Jardim Lavínia, quinta-feira de manhã, em São Bernardo. A ação começou por volta das 8h, em um morro, na avenida Presidente João Café Filho.

Os moradores receberam notificação de que, dentro de cinco dias úteis, deveriam se retirar do local. Segundo a Prefeitura, a demolição faz parte das ações de rotina para coibir novas invasões. “A área fiscalizada é considerada de risco e já foi desocupada anteriormente pela Prefeitura”, afirma a administração, por meio de nota.

Um dos barracos demolidos pelas retroescavadeiras foi do carroceiro Cléber Silveira de Souza, 40 anos. Recém-chegado da Bahia, afirma ter comprado o barraco por R$ 2,5 mil há duas semanas. “Hoje, chegaram demolindo tudo. Eu não sabia de nada”, lamenta. Agora, Cléber dorme em um sofá ao lado do morro. “Não tenho para onde ir.”

Funcionários da Secretaria de Obras de São Bernardo chegaram acompanhados da Guarda Civil Municipal. Não houve resistência por parte dos moradores. “Eles sabem que são invasores”, comentou um dos funcionários da Prefeitura. O que que restou das casas foi incendiado.

O desempregado Cícero de Oliveira Alves, 26, passava pelo local no momento da demolição e parou para olhar. Sabe que o mesmo destino terá o seu barraco, a poucos metros dali. “Mas não tenho para onde ir. Se tivesse emprego, alugava um lugar. Mas sem dinheiro não dá. Assim, o cara acaba entrando no crime”, desabafou o rapaz, que guarda a ordem despejo no bolso.

Na próxima segunda-feira, mais barracos serão demolidos. Segundo a Prefeitura, 516 famílias cadastradas do Jardim Lavínia já foram encaminhadas para apartamentos. Os demais moradores da favela, que não estão cadastrados, terão de arrumar outro lugar para ficar.