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Estudantes da rede estadual terão quatro períodos de férias

Além dos recessos de julho e dezembro, alunos ficarão em casa em abril e outubro; mudança foi anunciada ontem pelo governador

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
27/04/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 O governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou ontem que, a partir do próximo ano, alunos e professores das escolas estaduais terão quatro períodos de férias. A medida deverá impactar 250 mil estudantes que frequentam 344 unidades no Grande ABC.

Com a mudança no calendário escolar, estudantes passam a ter recesso de uma semana em abril, duas semanas em julho, uma semana em outubro e, por fim, 30 dias entre os meses de dezembro e janeiro. A medida não irá interferir nos 200 dias letivos previstos em lei.

Segundo o secretário da Educação de São Paulo, Rossieli Soares, a mudança tem como objetivo a melhoria do processo de aprendizagem. “Estudos mostram que períodos muito longos fora da escola atrapalham a aprendizagem, porque a criança demora a voltar no ritmo.”

Ele disse esperar que a mudança seja adotada também pelos 645 municípios do Estado, já que a integração dos calendários é importante para a administração direta, transporte e merenda, que muitas vezes são feitos em pareceria nas redes estaduais e municipais. Para ele, a integração também ajuda professores que atuam em redes distintas e pais que têm filhos em diferentes escolas.

O governador apresentou também justificativa econômica para a mudança. Segundo Doria, os períodos extras de férias podem estimular o turismo. Estudo feito pela Secretaria de Turismo estadual teria apontado impacto econômico de R$ 5 bilhões para os municípios nos próximos três anos com a mudança. Eles estimam que 12 milhões de pessoas, entre alunos, professores e seus familiares, possam viajar nestes períodos de férias.

O calendário escolar do próximo ano, com as devidas mudanças, deve ser publicado no segundo semestre, conforme estimativa da Secretaria da Educação.

PREFEITURAS

Entre as sete cidades, algumas administrações já admitem a possibilidade de seguir a alteração estadual. Caso de Santo André, que destacou que “ações referentes ao calendário escolar do ano seguinte são planejadas no mês de outubro, portanto, ainda há prazo considerável para avaliação e planejamento, caso seja necessário realizar alterações”.

A Prefeitura de São Bernardo preferiu não se pronunciar em relação ao tema e São Caetano observou que “por enquanto, não há nada oficial a este respeito”.

Em Diadema, o mês de férias é em janeiro, além de 15 dias de recesso em julho. Sobre a possível distribuição do período, a administração considera “necessário avaliação junto à comunidade”.

Mauá informou que o tema está em estudo para o próximo ano. E Ribeirão Pires afirmou que aguarda notificação oficial do Estado para definir posicionamento. (com Agências)

Discussão sobre o tema será feita em 2020 na rede privada

Diante do anúncio de mudança no calendário escolar estadual, a presidente da Associação das Escolas Particulares do Grande ABC, Oswana Fameli, disse que a discussão sobre o tema deve ser estudada, mas não será pautada neste ano nas escolas privadas. “Penso que, em primeiro lugar, precisamos cumprir com os 200 dias letivos que estão no nosso calendário oficial. Temos convenção coletiva que determina 30 dias de recesso em julho e mais 30 entre dezembro e janeiro. Essa mudança não será pautada de pronto”, afirma.

A Presidente disse que já há conversa por parte da rede privada sobre a possibilidade de que o recesso de 30 dias do mês de julho seja transformado em duas semanas, estendendo sete dias em abril e mais outra semana em outubro. Segundo ela, a medida é comum em alguns países e seria avanço. “Diminuir o tempo de férias de julho é uma pausa boa para o aluno, e para o professor também. Fora que isso é tendência. Temos de olhar o calendário escolar mundialmente, analisar como se distribuem essas pausas em outros países. Talvez (a decisão do governador) seja um primeiro passo para amadurecer um pouco mais a mudança.”




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