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Petistas da região acompanharão julgamento de Lula na República

Estratégia da direção estadual também envolve vigília no Sindicato dos Metalúrgicos; poucas lideranças se preparam para ir a Porto Alegre

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/01/2018 | 07:27
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Celso Luiz 18/11/17


Fora das administrações municipais, petistas do Grande ABC acompanharão na quarta-feira o julgamento de recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a condenação na Operação Lava Jato na região central de São Paulo, iniciando concentração na Praça da República e se deslocando em caminhada até a Avenida Paulista. A decisão sobre o caso do triplex do Guarujá se dará no TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O custo da viagem à capital gaúcha foi colocado como principal empecilho, o que inviabilizou movimento de peso às redondezas do órgão.

Poucas lideranças de outros Estados, como parte dos deputados e senadores, se preparam para ir para Porto Alegre. O deputado estadual Teonilio Barba (PT) admitiu que a definição teve como intuito reduzir tamanho dos gastos da mobilização. “Sairia muito caro o deslocamento (até a capital gaúcha), algo em torno de R$ 15 mil cada ônibus”, calculou o parlamentar. São 1.135 quilômetros de distância, contabilizados a partir de São Paulo. “Ideia é ajudar no ato em São Paulo. As lideranças da região Sul, incluindo Paraná e Santa Catarina, cuidam do movimento no Rio Grande do Sul.”

Coordenador da Macro PT ABC, o ex-prefeito de Santo André Carlos Grana pontuou que a estratégia definida pela direção estadual também envolve vigília no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, a partir das 5h. “São várias frentes. Parcela dos companheiros vai para Porto Alegre, mas a grande maioria dos militantes daqui tende a participar da atividade na região e depois, à tarde, ir para São Paulo”. O PT nacional lançou esquema de ‘vaquinha’ para levantar fundos com objetivo de assegurar presença em massa da militância no local, entretanto, números parciais não foram divulgados.

O ato pró-Lula em São Paulo é organizado pelo PT, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e movimentos sociais. Há expectativa de que o ex-presidente compareça na atividade. A proposta originária era realizar a ação na Avenida Paulista, só que a via também foi requisitada pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e Revoltados Online. A CUT impetrou mandado de segurança na tentativa de garantir o espaço, mas a Justiça indeferiu a liminar ao citar que existe “notícia de que uma outra entidade indicou intuito em promover manifestação de ideal antagônico no mesmo dia e local”.

Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no valor de R$ 2,2 milhões. Segundo a denúncia, o montante é correspondente ao triplex e suas respectivas reformas no condomínio Solaris, custeadas pela OAS. O petista nega ter aceitado o imóvel da empreiteira e apela por sua absolvição.

Análise do caso será transmitida ao vivo pelo YouTube

O julgamento do recurso do ex-presidente Lula será transmitido ao vivo pelo YouTube no canal oficial do TRF-4. Embora não seja praxe essa abertura de imagens simultâneas das sessões criminais, os desembargadores autorizaram a medida ao considerarem tratar-se de caso excepcional. A análise está marcada para começar às 8h30, com previsão de término por volta das 15h. Apenas jornalistas credenciados terão acesso à via em frente ao prédio do tribunal, que ficará isolada.

Petistas da região vislumbram a absolvição de Lula, avaliando que o processo está politizado na tentativa de tirá-lo da disputa presidencial de outubro. Dirigente do PT no Grande ABC, Carlos Grana afirmou que existe busca para impedi-lo de ser candidato ao Planalto, o que, na sua visão, consolidaria golpe institucional, iniciado com a queda de Dilma Rousseff, em 2016. “Não se trata de análise técnica. Isso está mais que provado. São interesses que extrapolam interesses nacionais.”

O deputado estadual Teonilio Barba corroborou com o correligionário ao alegar que a celeridade na análise do recurso, logo na volta do recesso judicial, coloca o julgamento em suspeição. “Saltaram mais de 100 processos. É clara a tentativa de não deixá-lo participar da eleição”, disse, ao disparar que não dá para confiar em isenção. “Parte do Poder Judiciário e da Polícia Federal é corrupta. De qualquer forma, esperamos por bom-senso. Buscaremos todas as instâncias judiciais, com serenidade, para ter o Lula como candidato. Ele é nosso plano de A a Z.”

Ex-vice-prefeito de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Júnior falou que, independentemente do resultado, Lula será presidenciável. “O que as pessoas votarão é modelo de governo: um que provoca desmonte dos direitos e outro que quer retomar projeto social. O Lula vence eleição mesmo se estivesse na cadeia.”  




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