Política Titulo Ação civil
Saulo é processado por improbidade

Nomeação de mulher de ex-assessor é contestada judicialmente pela Prefeitura de Ribeirão Pires

Por Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
04/01/2018 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


Ex-prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB) é alvo de ação civil por improbidade administrativa movida pela Prefeitura. O motivo foi a nomeação de Beatriz Carrilho Moreno Soares no cargo de diretora administrativa, substituindo o marido, Abner Pedroso Soares, na função.

O juiz Walter de Oliveira Júnior, da 1ª Vara Cível de Ribeirão Pires, já indeferiu bloqueio de bens de Saulo e de Beatriz no valor de R$ 40.342,45. Eles também respondem por enriquecimento ilícito.

De acordo com despacho do magistrado, o ex-chefe do Executivo cometeu crime de “favorecimento pessoal com o uso de cargos públicos, acarretando enriquecimento ilícito, dano ao erário e afronta aos princípios que norteiam a administração pública”.

A troca entre os cônjuges ocorreu em 2016, último ano da gestão do peemedebista. Segundo consta no processo eletrônico, Abner teria se afastado do cargo na Prefeitura para dar apoio às candidaturas de Saulo à reeleição – acabou em sexto lugar – e do sobrinho do peemedebista, o ex-vereador Anderson Benevides (PSC), que concorreu a uma cadeira no Legislativo e ficou de fora da Casa, obtendo 417 votos.

Ao mesmo tempo, Beatriz Carrilho foi nomeada para a função, na Secretaria de Saúde, no fim de junho, com salário mensal de R$ 8.068,49.

Embora o juiz destaque que Beatriz ficou no cargo até a primeira quinzena de julho, ela só foi exonerada ao fim da gestão de Saulo, em dezembro.

Procurado pelo Diário, Saulo Benevides afirmou que está trabalhando em sua defesa e atribuiu a denúncia a um “erro do setor de recursos humanos da Prefeitura, que teve dolo”.

O peemedebista negou que Abner tenha feito parte da equipe de sua campanha em 2016. “Ele não trabalhou na campanha. Acho que ajudou até os adversários. Como muitos que me deixaram”, comentou o ex-prefeito.

OUTRO CASO
O MPF (Ministério Público Federal) também investiga o governo de Saulo por supostos crimes de sonegação de contribuição previdenciária e de apropriação indébita na Previdência pelo desconto em folha de pagamento dos servidores municipais e não recolhimento ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O MP paulista também analisa denúncia dentro dos mesmos delitos no que se refere a irregularidades na quitação das obrigações financeiras junto ao Imprerp (Instituto Municipal de Previdência de Ribeirão Pires).

A inadimplência se deu entre julho de 2015 e novembro de 2016, totalizando um passivo da ordem de R$ 40,9 milhões.

Sobre o tema, o peemedebista afirmou que não cometeu irregularidades e que a queda de receitas afetou a administração do fundo. “Devido à crise tive que escolher entre pagar a Previdência ou a folha dos funcionários, optei pelos salários. Perdemos R$ 150 milhões de receitas em quatro anos”, lamentou. 




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