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Cobranças de pênaltis viram um grande tormento para o Palmeiras nesta temporada
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13/09/2017 | 07:00
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Ter a favor uma cobrança de pênalti não tem propiciado à torcida do Palmeiras o direito de comemorar com antecedência. Quem acompanha as partidas viu o time do técnico Cuca errar nesta temporada quase metade das batidas feitas no tempo normal dos jogos.

A última frustração vivida pelos palmeirenses aconteceu no sábado passado. O atacante Deyverson teve a chance de marcar contra o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte, pelo Campeonato Brasileiro. Ele, a bola e o goleiro. O chute saiu errado e teve fácil defesa de Victor. Curiosamente, no primeiro turno, contra o mesmo adversário, o time alviverde também desperdiçou uma penalidade, esta chutada por Willian.

Deyverson foi o quinto batedor diferente no ano escalado pelo treinador para executar a cobrança. Antes dele, Jean, Borja, Willian e Róger Guedes eram os responsáveis pelos tiros livres. Da extensa lista, apenas o último converteu em gol todas as tentativas, com dois acertos - contra Bahia e Vitória.

"Temos jogadores de talento, por mais que a gente não tenha efetuado alguns pênaltis. Mas no dia a dia os caras são bons. De repente é algo do momento ali", disse o zagueiro Edu Dracena em defesa dos colegas. Questionado sobre a possibilidade de aceitar a função de batedor oficial do time, o defensor brincou com o tema e disse que é melhor deixar para outros companheiros tentarem.

Os pênaltis viraram um grande drama na temporada do Palmeiras depois da eliminação na Copa Libertadores. A queda precoce nas oitavas de final diante do Barcelona, do Equador, foi sacramentada com dois erros nas cobranças. Bruno Henrique e Egídio pararam no goleiro Banguera, com defesas no mesmo canto: o esquerdo.

Cuca lamentou na ocasião não ter conseguido listar para a disputa de pênaltis os principais batedores do elenco. Dudu tinha saído machucado no segundo tempo, Róger Guedes havia sido substituído, Borja sequer entrou em campo naquele jogo e Jean ainda se recuperava de problemas físicos.

A fatídica eliminação deu mais destaque ao problemas nos pênaltis, porém o rendimento ruim no fundamento vem de mais cedo. O primeiro erro no ano ocorreu na fase de grupos da Libertadores. Borja chutou por cima contra o Peñarol, no estádio Allianz Parque, em São Paulo.

Neste Brasileirão, o Palmeiras teve sete cobranças e converteu quatro. As outras desperdiçadas foram em momentos cruciais de tropeços. Nos dois erros contra o Atlético Mineiro, a equipe passaria à frente no placar. Já contra o São Paulo, no estádio do Morumbi, Jean chutou para fora a oportunidade de empatar a partida logo após o time sair atrás. O marcador final foi derrota por 2 a 0.

"As circunstâncias pesam na hora do pênalti. Tem o mérito do goleiro também, o próprio nervosismo. Não é fácil bater. Tem de tirar o chapéu para quem cobra porque está sujeito ao momento da partida", afirmou o zagueiro Edu Dracena. Pelo menos no último sábado, contra o Atlético Mineiro, o Palmeiras viveu no mesmo jogo a sensação de evitar um pênalti, com a defesa de Fernando Prass no chute de Fred.

O temor com os pênaltis em 2017 pesou para Cuca tirar Egídio dos jogos posteriores à eliminação na Libertadores para se recuperar do abalo com a cobrança perdida. O treinador também defendeu Deyverson do erro no último sábado e tem promovido, ao fim das atividades, sessões de prática no fundamento entre os jogadores e os goleiros.

DIFICULDADE - Levantamento feito pelo Estado em julho mostrou que o Brasileirão deste ano tem sido o dos pênaltis perdidos. Nas 13 primeiras rodadas, foram 42 chutes e 15 erros, um aproveitamento de 64%, inferior ao índice de 77% das duas edições anteriores.

Os goleiros têm atribuído o sucesso nas defesas à facilidade de se estudar os cobradores rivais por vídeos e estatísticas. Somente Victor, do Atlético Mineiro, defendeu quatro cobranças neste Brasileirão.




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