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Acordo no Senado prevê 7,71% de aumento para aposentados
Por Das Agências
09/04/2010 | 07:00
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que desconhece o acordo feito entre os líderes partidários no Senado prevendo aumento de 7,71% para os aposentados que recebem da Previdência Social benefícios de valores superiores a um salário-mínimo. Lula advertiu que, para conceder aumentos, é preciso definir, primeiro, de onde sairão os recursos com que serão pagos.

Na busca de aumento intermediário entre os 6,14% concedidos por meio da medida provisória em janeiro deste ano e a possibilidade de os parlamentares aprovarem reajuste muito maior, atendendo a apelo popular em ano eleitoral, líderes no Senado anunciaram o apoio aos 7,71%.

O percentual ficou acima dos 7% que estão sendo negociados pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), relator da medida provisória. "Se não tiver acordo nos 7%, vou colocar em votação o índice de 6,14% e eles que derrotem o governo", reagiu Vaccarezza, assim que soube que, no Senado, os líderes haviam anunciado um grande acordo entre as duas Casas para aprovar o reajuste dos aposentados.

De acordo com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o 0,7% a mais pode representar acréscimo de 1,2 bilhões no orçamento.

Após lembrar que mandou ao Congresso medida provisória concedendo reajuste de 6,14% para as aposentadorias de valor superior a um mínimo, Lula disse que, "obviamente", o Legislativo não é obrigado a "acatar o que o governo manda", já que os parlamentares têm liberdade para propor mudanças, "mas é importante que cada um, ao votar, diga de onde vai tirar o dinheiro". O presidente acrescentou: "Se tiver dinheiro, não há nenhum deputado ou senador que goste mais de aposentado do que eu. Não existe ninguém que defenda o trabalhador mais do que eu, mas, para pagar, eu preciso de recursos. Se eles aprovarem o percentual, têm que mostrar de onde sai o recurso, e eu pagarei de bom coração. Tem que ter seriedade". "Gostaria que fosse cumprido o acordo", disse Lula, referindo-se ao entendimento feito pelo governo com as centrais sindicais que resultou no índice de aumento de 6,14%.

Lula disse que, por causa do longo período em que o País viveu sob índices muito elevados de inflação, em contraste com os patamares atuais, perdeu a noção do que é aumento real de salário. "Hoje, inflação de mais de 2,5%, em qualquer país do mundo, é excepcional", comentou.

Sobre o acordo dos líderes, o presidente declarou: "Comunicaram para a imprensa e não me comunicaram. Eu já ouvi tantos números que não sei em quais vou acreditar. Nós fizemos um acordo com as centrais e mandamos uma proposta ao Congresso em uma medida provisória."

Sobre a possibilidade de vetar projeto em que seja aprovado reajuste de 7,71%, Lula respondeu: "Na minha mesa, na solidão da presidência da República, diante da decisão do Congresso, vou decidir o que fazer."




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