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Marinho e Vicentinho são criticados por propaganda da Uniban
Do Diário do Grande ABC
07/12/2003 | 19:05
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Políticos da ala radical do PT no Grande ABC criticaram o presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, e o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho – ambos de São Bernardo –, pela participação na recente campanha publicitária da Uniban (Universidade Bandeirantes). Marinho e Vicentinho aparecem nas peças publicitária enaltecendo a instituição.

Eles alegam que o uso de imagem dos dois petistas em uma campanha para uma instituição de ensino privada vai contra o incentivo ao desenvolvimento da universidade privada, bandeira histórica do PT. O Sinpro-SP (Sindicatos dos Professores do Estado) também publicou em seu site oficial um manifesto rechaçando Vicentinho e Marinho pela iniciativa.

O deputado federal Ivan Valente (PT) explicou que a propaganda “constrange” segmentos do PT. “Acho que constrange porque não é positivo, sinaliza contra uma política de expansão do ensino público. É mais ainda complicado porque tem o presidente da Central Única dos Trabalhadores e um ex-presidente da CUT, que hoje é um parlamentar”, disse.

Defesa da universidade pública – Valente acredita que o governo Lula veio para alterar o que foi feito pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando, segundo ele, a universidade pública foi sucateada e a privada, saturada. “No Estado de São Paulo, nós temos 1% de vagas federais públicas, 12% de vagas públicas estaduais”, disse o radical petista. “A tradição do PT é pela defesa da universidade pública e de qualidade. Essa propaganda (da Uniban) vai no sentido contrário do que o PT defendeu”, concluiu.

O vereador Aldo Santos, de São Bernardo, também ligado à ala de esquerda do PT, alegou se sentir “incomodado” com a postura de Marinho e Vicentinho. “Tem nos incomodado muito porque somos obrigados a responder em todos os lugares a que vamos porque o Marinho e o Vicentinho viabilizaram uma propaganda de incentivo a uma universidade particular”, disse. “Como representante de uma central de peso como a CUT e do governo, eles tinham de estar repensando uma política pública para o Brasil.”

Depoimento expontâneo – Vicentinho argumenta que apenas fez declaração porque estudou lá e pela qualidade dos professores. “O depoimento foi gratuito e não ganho bolsa de estudo. Foi um depoimento livre e pedi para que a Uniban doasse o meu cachê ao Fome Zero”, disse o deputado. Vicentinho afirmou que gostaria de fazer campanha para a USP (Universidade de São Paulo), mas, assim como outros jovens pobres brasileiros, não teve condição de estudar naquela instituição. “Também fui criticado por ter feito Telecurso 2º grau. É um pensamento equivocado”, disse.




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