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Para bater meta do Comitê Paralímpico, Brasil precisa de mais ouros no Rio-2016
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15/09/2016 | 06:00
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Por enquanto, a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) de o País terminar no Top 5 do quadro de medalhas vem se mantendo, mas terminar a competição com o quinto lugar vai depender de um aproveitamento muito bom até este domingo, provavelmente com a conquista de mais de um ouro por dia. Nesta quarta-feira, pela primeira vez o Brasil não subiu ao lugar mais alto do pódio nesta edição - ganhou três pratas e dois bronzes.

Diferentemente da Olimpíada, quando o Comitê Olímpico do Brasil definiu que iria considerar o número total de medalhas, na Paralimpíada o CPB estimulou a sua meta a partir da contagem tradicional, que leva em conta o número de ouros. Por enquanto, o Brasil é quinto colocado com 10 medalhas douradas.

O problema é que a Austrália já igualou no número de ouros e a Alemanha vem logo atrás no quadro de medalhas com apenas um ouro a menos. A previsão inicial era de que o Brasil precisasse subir ao lugar mais alto do pódio 31 vezes para se garantir no quinto posto, mas o número deve baixar. Caso se mantenha, é improvável que o País alcance a meta, já que, em quatro dias, teria que dobrar o aproveitamento alcançado em uma semana de disputas.

As maiores esperanças de ouro estão sobre as modalidades coletivas - o futebol de 5, por exemplo, é favorito. Nas individuais, as apostas recaem na natação e no atletismo, que deram nove das 10 medalhas de ouro para o País até aqui. Mas o aproveitamento do Brasil nas duas modalidades, especialmente nas piscinas, também está aquém do esperado.

Mesmo que o País tenha ganhado medalha no estádio Aquático em todos os dias de disputa até aqui, foram apenas duas de ouro, ambas com Daniel Dias. "Fomos surpreendidos por atletas que não conhecíamos", admitiu Leonardo Tomasello, técnico da seleção paralímpica de natação.

Ele apontou ainda o fato de que cada vez mais os atletas estrangeiros estão competindo em menos provas a fim de se especializarem em disputas específicas. Isso acaba baixando as marcas e aumentando a exigência dos atletas. "Acho que estamos vivendo a última geração dos multimedalhistas. Vai ser cada vez mais difícil você ter um Daniel Dias ou um André Brasil, que ganha todas as provas. O treinamento está cada vez mais específico", avaliou Tomasello.

PÓDIOS - Apesar de ter a maior delegação paralímpica de sua história - são 279 atletas -, o Brasil não está conseguindo manter o aproveitamento de ouros dos dois últimos Jogos. Em Pequim-2008 e em Londres-2012, o número de ouros foi superior ao de pratas e de bronzes.

Há quatro anos, das 43 medalhas conquistadas, quase metade (21) foram de ouro. Com 48 pódios até o momento no Rio, o Brasil já superou o número de medalhas da última Paralimpíada. Por outro lado, apenas 1/4 delas são de ouro.

Mesmo assim, Mizael Conrado, vice-presidente do CPB, está otimista na reta final dos Jogos Paralímpicos. "Há muitas medalhas a serem disputadas. Vejo como positiva a campanha. Claro que algumas medalhas de ouro que a gente esperava acabaram não acontecendo, mas em compensação outras vieram. Está dentro da normalidade", apontou.

Ele também acredita que o número de ouros para se manter no Top 5 ficará abaixo dos 31 projetados. "Esse prognóstico foi realmente equivocado. O cenário está diferente daquilo que a gente imaginava antes dos Jogos. Muitos atletas da China não estiveram nos Mundiais no último ciclo e isso faz com que você crie expectativa em torno de um resultado que não é de fato real". (colaborou Nathalia Garcia, de São Paulo)




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