Sete brasileiros foram presos pela polícia espanhola por estarem se fazendo passar por videntes nos arredores de Barcelona (noroeste do país). Segundo os oficiais, o grupo também é acusado de envolvimento com magia negra.

Os detidos, com idades entre 24 e 75 anos e que tiveram suas identidades mantidas sob sigilo, estão em situação irregular na Espanha e devem ser deportados.

Antes de serem presos em Sabadell, província de Barcelona, o grupo já tinha atuado em outras três cidades espanholas, como Terrassa, Tarragona, Pamplona, Jaén, Oviedo e Burgos.

A Polícia não pôde quantificar o volume levantado pela prática do charlatanismo, pois ainda espera receber mais denúncias. Eles apenas informaram que a soma total de dinheiro conseguido pelo grupo era muito elevada.

Na comunidade de Navarra (norte), o detidos levantaram mais de um milhão de euros (cerca de US$ 1,3 milhões ou R$ 3,5 milhões). Sabadell a polícia recebeu sete denúncias, totalizando 60 mil euros. Os oficiais espanhóis pedem que as vítimas continuem apresentando queixas contra o crime dos brasileiros.

O grupo colocava anúncios nos prédios e nos jornais locais oferecendo serviços de curandeiros e videntes. Eles se diziam capazes de resolver problemas sentimentais e físicos, mau-olhado e depressões.

As vítimas, geralmente pessoas desesperadas que chegavam até a pedir empréstimos para pagar as consultas, "eram sempre suscetíveis à manipulação", destacou um porta-voz da Polícia.

Se as vítimas não pagavam o combinado, o grupo ameaçava lançar "mau-olhado e rogar pragas", como mortes de parentes ou o aparecimento de doenças graves.

Os brasileiros se instalavam em uma cidade, alugava um cômodo e vários carros. Enquanto os homens se encarregavam de divulgar os trabalhos, as mulheres interpretavam rituais de bruxaria.

A Polícia localizou um apartamento no centro de Terrassa, que havia sido ambientado com elementos e imagens de santos, onde eram realizados os rituais de magia negra, com animais mortos, velas, cabelos, bonecas e objetos bizarros. Na operação, iniciada em novembro passado, foi apreendida uma enorme quantidade de documentos, incluindo anúncios publicitários, passagens de avião com destino ao Brasil, contratos de aluguel, dois carros alugados em Portugal e 17 mil euros em espécie.