Cultura & Lazer Titulo
Semana de Moda Casa de Criadores mostra tendências
Luciana Bugni
Do Diário do Grande ABC
24/03/2006 | 08:53
Compartilhar notícia


Se você não tem uma meia-calça, é melhor nem sair de casa no inverno. As coleções exibidas na Semana de Moda – Casa de Criadores, que ocorreu de domingo (dia 13) até quarta-feira (22), na galeria Prestes Maia, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, abusaram do acessório. Como os vestidos, que alcançavam as canelas no verão, encurtaram bastante, as meias-calças vêm para proteger as pernas do frio e podem ser em cores escuras, como preto, marrom e cinza, ou com relevos discretos em renda. O preto, aliás, está confirmado como vedete da estação, seja em inspirações góticas ou no estilo executiva, com alguma sobriedade. Vários estilistas apresentaram peças com minibolsinhos tipo canguru, em blusas inteiras ou casacos.

No domingo, o evento abriu ao ar livre, sob o sol e o Viaduto do Chá, com a apresentação de Raphael Volk e Augusto Coutinho. Oito modelos participaram de performance em que seguravam balões negros e vestiam looks comerciais. Deoclys Bezerra deu seqüência aos trabalhos com uma coleção experimental em tecidos pretos, com estampas de flores pequenas. As modelos desfilavam em blocos, enquanto Deoclys martelava espelhos para montar mosaicos com os cacos sobre uma penteadeira antiga.

Depois das apresentações que abusavam do cenário do centro paulistano, as marcas restringiram-se à galeria, que fica literalmente sob o viaduto. Maíra Mendes desfilou casaquinhos de tricô e Ivã Ribeiro mostrou peças em xadrez e alfaiataria. A Puma teve sua estréia na Casa de Criadores e, sem nada muito inovador, manteve o apelo comercial, com peças esportivas que caem muito bem na balada. Os destaques ficam para os tênis, em formatos diferentes e ousados, e os acessórios, repletos de glitter e apliques.

No segundo dia, Rober Dognani entrou na onda gótica com suas peças de moda noite. Weider Silverio exibiu peças inspiradas no maracatu e abalou com a cantora performática Karine Alexandrino, a Mulher Tombada, que, em suas apresentações, se joga no chão dos lugares mais improváveis.

Marcelu Ferraz, no terceiro dia, buscou inspiração nas grandes mulheres, das super-heroínas dos quadrinhos à própria mãe. Roupas luxuosas para serem usadas à noite foram feitas com tecidos baratos, como cetim de forro, tapeçaria e tecidos de sofá. Fabiana Bauman abriu o dia, com vestidos delicados curtos e em cores claras. A aposta era na feminilidade das estampas florais. O cenário chamou a atenção do público, com grades de ferro posicionadas no centro da passarela.

No último dia, a grife P’tit mostrou saias balonês, camisas bordadas e românticas e crochê. A pelerine tinha forro em pele e as saias vinham em várias camadas. A apresentação da grife Madalena não agradaria aos alérgicos à perfume. Numa tentativa de produzir um tipo de neblina, para climatizar a passarela onde algumas modelos passavam com guarda-chuvas, vaporizadores foram instalados em todo percurso, com cheiro floral. A performance teve como trilha sonora There’s no Sunshine When She’s Gone. Fez bem o estilo "O que seria do roxo se todos gostassem do amarelo" – as peças vinham principalmente nessas duas cores. A masculina Moshe encerrou a noite e o evento com peças masculinas inspiradas no universo da banda inglesa Jamiroquai, que se apresenta nesta sexta-feira, em São Paulo. Os chapéus de chifres, usados pelo vocalista Jay Kay foram trazidos à passarela, assim como um misto de moletom, plush e camisetas com efeito envelhecido. (Colaborou Daniel Trielli, especial para o Diário).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;