Política Titulo Operadora do transporte público
Lucro da Caruana sobe 26% após Suzantur operar linhas em Mauá

Banco é presidido por José Garcia Netto, ex-representante da empresa que administra o transporte público no governo de Donisete Braga

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/04/2016 | 07:00
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A Caruana Financeira, instituição bancária presidida por José Garcia Netto, conhecido como Netinho, viu crescer em 26% o volume de lucro líquido entre 2014 e 2015, justamente no período em que a Suzantur passou a operar 100% das linhas do transporte público de Mauá. A Suzantur, com sede em Suzano, já teve Netinho como seu representante legal. Irmão de Netinho, Ângelo Roque Garcia foi sócio majoritário da companhia até 2011. E, para administrar o transporte coletivo de Mauá, obteve empréstimo junto à Caruana Financeira para financiamento de ônibus.

Segundo dados do Banco Central, o lucro líquido da instituição financeira passou de R$ 8,8 milhões registrados em 2014 para R$ 11,13 milhões em 2015. Foi o período em que o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), assinou ordem de serviço para que a Suzantur fosse empresa exclusiva a transportar passageiros na cidade. Netinho possui proximidade com Donisete.

Ainda conforme registros do Banco Central, os ganhos da Caruana Financeira cresceram assim que a Suzantur assinou contrato com o governo de Mauá, em agosto de 2014. Também aumentou o patrimônio da instituição. Em junho de 2014, a Caruana informava ter patrimônio líquido de R$ 49,3 milhões. Já em março de 2015 esse índice subiu para R$ 60,9 milhões (alta de 23,5%). Em dezembro do mesmo ano, último dado fornecido pelo Banco Central, a empresa valia R$ 66,7 milhões. Ou seja, acréscimo patrimonial de 35,3% desde que o transporte público passou para as mãos da Suzantur, ex-companhia do presidente da Caruana Financeira.

A Suzantur começou a operar em Mauá em polêmico contrato emergencial assinado por Donisete Braga. Em 2013, o prefeito descredenciou as então concessionárias Leblon e Viação Cidade de Mauá, com acusações de invasão no sistema de bilhetagem eletrônica. O petista manteve a decisão mesmo depois de parecer contrário fornecido por uma das procuradoras municipais, que orientou pela realização de nova sindicância.

Inicialmente apenas algumas linhas eram administradas pela Suzantur. Na sequência, Donisete abriu licitação, unificando os dois lotes. Logo no começo do processo licitatório, o governo inabilitou a Leblon, considerando a empresa inidônea pela invasão no sistema. A Suzantur foi declarada vencedora ao oferecer R$ 6,2 milhões pelo contrato.

Donisete tem evitado comentar relações de sua gestão com Netinho. 




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