A constatação do eterno recomeço é mote para o espetáculo Oroboros – o Fim é Só o Começo, em cartaz a partir de domingo, no Teatro da Fundação das Artes, em São Caetano.

Com texto e direção de Warde Marx e co-direção de Melissa Aguiar e Sérgio Azevedo, a peça traz cinco atores que dividem-se em muitos personagens.

Segundo Azevedo, o grupo optou por diferenciá-los por meio de máscaras e adereços. “Os personagens são identificados com objetos simbólicos, assim o público entende quem está falando”, explica o co-diretor.

Todos eles são unidos em uma história que traz como protagonistas dois seres: o Buscador e o Escrevedor. A atividade de um mantém a do outro, um não existe sem o outro. Daí, o nome se explica: do grego, a palavra ‘oroboros’ significa ‘aquele que devora a própria cauda’. Ou seja, o nome simboliza o ciclo da vida.

História - Tudo começa quando um homem – que, mais tarde, torna-se o Buscador – recebe a tarefa de pesquisar contos de fadas.

Após conseguir uma grande quantidade de antigos livros em um sebo, ele percebe que, dentro das obras, existem inúmeras e misteriosas anotações.

Com o tempo, o pesquisador vê que todos os lembretes foram escritos pela mesma pessoa com um único alvo: ele próprio.

Tomado pela intensa curiosidade, o homem, que passa a ser o Buscador, parte para uma jornada a fim de descobrir quem é o Escrevedor. “Apesar dos dois personagens (Buscador e Escrevedor) não estabelecerem uma relação real, optamos por uma dramaturgia que os faz dialogar em cena”, conta Sérgio Azevedo.

Nessa busca, os contos de fadas têm papéis essenciais. Pinóquio, Bela Adormecida, Gata Borralheira e Peter Pan são trazidos à contemporaneidade, na pele de pessoas comuns. Suas histórias colaboram para a resolução do enigma do protagonista.