O preço médio do aluguel residencial em São Bernardo apresentou queda real de 7,05% nos últimos 12 meses. Esse percentual já considera a inflação, acumulada em 9,39% até março, conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Essa informação tem com base o índice FipeZap, elaborado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em parceria com o portal Zap Imóveis, que apontou que em nove cidades brasileiras a queda nominal (sem descontar a inflação), foi de 4,43%. Se descontar o IPCA, o percentual vai a -12,63%.

O levantamento, que tem apenas São Bernardo como o município que representa a região, e é baseado nos valores praticados em anúncios na internet, aponta que o preço médio do m² (metro quadrado) é de R$ 19,02, e que desde o início do ano já apresentou recuo real de 6,79% – esse é o segundo menor valor conforme a pesquisa, perdendo apenas para Curitiba (Paraná), onde o m² custa R$ 16,88. A média nacional é de R$ 30,93. Na vizinha São Paulo, o valor chega a R$ 35.49.

MENSAL

No mais recente estudo, referente ao mês de março, a retração foi de 8,19%, na comparação com fevereiro, já descontando a inflação. Considerando o acumulado do ano, desde janeiro a queda é de 6,79%.

De acordo com uma corretora que está há quatro anos no ramo, mas preferiu não se identificar, a maioria dos proprietários de imóveis em São Bernardo não quer abaixar o preço no anúncio. Mas, frente a cenário de baixa procura, depois de tanto esperar por um locatário e cansado de arcar com custos de condomínio e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), acaba cedendo. “A queda no valor do aluguel acontece realmente na hora da negociação. Um imóvel anunciado pelo valor de mercado, por exemplo, de R$ 2.000, acaba sendo fechado por R$ 1.600”, conta ela, que percebeu a demanda cair bruscamente nos últimos meses, principalmente pelas inseguranças econômica e política pelas quais o País está passando.

Já o empresário Miguel Colicchio, o Guta, proprietário da Colicchio Imóveis, vê um pequeno aumento no preço dos aluguéis em Santo André, o que coincide com procura mais aquecida – também motivada pela atual situação, que adia os planos de compra da casa própria. “Apartamentos de 100 metros quadrados, com três dormitórios, uma suíte e uma vaga na garagem têm passado de R$ 2.000 para R$ 2.500. Mas a regra não se aplica em tudo. Isso é reflexo do aumento na realização de negócios, que começa a ser retomado”, declara.