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Pedaços do paraíso

Tamandaré (Pernambuco) e São Miguel dos Milagres (Alagoas) chamam a atenção com belezas naturais e ecoturismo

Por Daniel Tossato
14/04/2016 | 07:00
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Daniel Tossato/DGABC


Praias selvagens e piscinas naturais no Sul de Pernambuco
Paradisíaca, praia de Tamandaré faz parte de zona de preservação da vida marinha

É observando as águas azuis-esverdeadas que é possível ter a certeza de que um pedaço do paraíso é aqui no Brasil, mais precisamente no município de Tamandaré, distante pouco mais de 100 quilômetros de Recife, capital de Pernambuco.

Tamandaré é uma cidade que abriga cinco praias: a Boca da Barra, a do Pontal do Lira, Tamandaré, a das Campas e a dos Carneiros, sendo que esta última é considerada uma das mais bonitas do Brasil e do mundo. Todas revelam uma paisagem selvagem, pouco tocada pela mão do homem, com coqueiros distribuídos por toda faixa de areia e onde o mar é morno e tranquilo.

Nas praias de Tamandaré são encontrados enormes paredões de recifes de corais. Eles podem ser facilmente observados através das piscinas naturais, que estão a poucos metros mar adentro. Basta curto passeio de barco ou pequena distância a nado para que seja possível avistá-los e admirá-los.

Como não há ondas, o mergulho é garantido e a natureza subaquática é linda e de riqueza única. É sempre bom ter alguma câmera que possa registrar imagens debaixo d’água. Todo mundo que passa por lá quer fotografar.
Boa parte do que se pode explorar por entre os recifes de corais deve sua preservação ao projeto Costa dos Corais, parceria entre a Fundação Toyota do Brasil, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e a Fundação Mata Atlântica, que lutam pela manutenção de 413 mil hectares em três municípios de Pernambuco e dez em Alagoas. A praia de Tamandaré fica dentro da Zona de Preservação da Vida Marinha, área de proteção onde não é permitida nenhuma atividade humana, exceto pesquisas científicas.

Tal preservação é essencial para que o clima de Tamandaré seja perfeito. Entre os jangadeiros que arrastam suas pequenas embarcações em direção ao mar e as crianças que jogam bola nas areias da praia, a vida por lá parece passar em ritmo bem mais leve, o Sol brilha um pouco mais e a brisa do mar teima em carregar os problemas para longe.

Na parte Norte da enseada ainda é possível ver as ruínas do Receptivo e da Igreja de São José de Botas, que datam de 1800. Na orla pode-se encontrar algumas opções de quiosques que oferecem carta de pratos locais, como o lagostim. Vale a pena também visitar o museu marítimo, que possui câmeras que transmitem imagens do fundo do mar.

Devido à beleza paradisíaca de suas praias, o destino, também conhecido como Caribe Brasileiro, é perfeito para quem busca viagem romântica. Muitos casais em lua de mel elegem Tamandaré como a viagem dos sonhos. E eles estão longe de estarem errados.

O jornalista viajou a convite da Fundação Toyota.


Toda a beleza da praia dos Carneiros
Considerada uma das localidades mais lindas do Brasil, exibe areia branca, água cristalina e coqueirais selvagens


Considerada umas das localidades mais bonitas do Brasil, a praia dos Carneiros é também uma das mais desertas de Pernambuco. Para se alcançar esta beleza é preciso um pouco de paciência, já que o acesso é feito somente por meio de estradinhas – de terra, em sua maioria. Detalhe: dependendo do caminho, é preciso pagar espécie de pedágio entre R$ 20 e R$ 25, pois estas rotas ficam em propriedades particulares.

Não é difícil se encantar com a beleza natural do local. Boa parte dos turistas e visitantes que caminham pelas areias carrega máquinas e dispositivos para fotografar cada pedaço da praia. Chama a atenção a grande quantidade de coqueiros que tomam a orla, dando ar mais selvagem e ainda mais bonito ao local.

Em um destes pequenos caminhos se encontra o restaurante Beijupirá, que serve ótimos pratos com produtos frescos e boa variedade de frutos do mar. Já famosa em Olinda e Porto de Galinhas, a casa prepara as receitas utilizando ingredientes locais, como banana e castanha-de-caju. O melhor de tudo é que, após saborear qualquer uma das opções oferecidas pelo restaurante, pode-se tirar o tênis, ou pendurar os chinelos, e caminhar pelas areias brancas da praia dos Carneiros, já que o estabelecimento fica a menos de 50 metros da orla.

Para os turistas que gostam de um pouco mais de aventura, é possível realizar rotas de barco, a partir da orla, para áreas de mangue ou, caso a maré esteja baixa, pequena caminhada até a Ilha do Coqueiro Solitário, uma formação rochosa que, como o nome sugere, abriga apenas uma dessas árvores.

A praia dos Carneiros é um dos points mais disputados quando se pensa em lazer e belezas naturais. É na orla que se encontra a Capela de São Benedito, que data do século 18, e é um dos pontos mais visitados. Até hoje a igrejinha recebe cerimônias de casamento.


Cartola, uma sobremesa de tirar o chapéu


Tombada como patrimônio cultural e imaterial do Estado de Pernambuco, a cartola é mais que uma sobremesa.
Herança das casas grandes de engenho, sua receita é o resumo da mistura de culturas que povoaram o Brasil.

A guloseima é resultado da utilização e da mistura de ingredientes dos colonizadores portugueses, como o queijo, dos indígenas que viviam na região e dos escravos africanos. Uma verdadeira miscigenação entre os principais povos que formaram a cultura na região Nordeste do Brasil.

Os registros da origem do doce no País, todavia, perderam-se no tempo. Não é possível dizer quem inventou o prato nem onde ou quando ele foi idealizado.

Seu nome, cartola, provavelmente se deve ao formato alto e à sobreposição de camadas entre a banana e o queijo, ingredientes que, somados com a canela, ganham cor escura, remetendo assim ao acessório que se coloca na cabeça.

Feita originalmente com banana-prata, queijo sertão ou manteiga, açúcar e canela, a cartola foi registrada pela primeira vez no ano de 1490, na Itália.

No Brasil, a sobremesa se popularizou a partir de Pernambuco e atualmente podem ser encontradas inúmeras variações de receitas, como a que leva sorvete.


Dicas

COMO IR
Há voos que saem dos aeroportos de Guarulhos e Congonhas com destino a Recife. Chegando à Capital de Pernambuco, existem linhas de ônibus que podem levar o turista para Tamandaré, como a Rodoviária São Domingos e a Auto Viação Cruzeiro.

ONDE FICAR
Tamandaré oferece inúmeras opções de pousadas e resorts. Não é difícil encontrar algo que caiba no bolso. Porém, para quem procura algo mais próximo à praia dos Carneiros, pode ter que gastar um pouco mais. Para comer, o restaurante Beijupirá, na orla, além dos pratos regionais, oferece uma boa opção da famosa cartola, sobremesa típica do Nordeste.

MAIS
A praia dos Carneiros também foi eleita uma das 15 mais bonitas do mundo pelos usuários do aplicativo TripAdvisor.


A morada do Peixe-boi
Espécie é chamariz para o ecoturismo em Porto de Pedras, a 110 quilômetros da capital Maceió


Um dos animais que mais sofrem a ameaça de desaparecer da fauna brasileira, o peixe-boi-marinho é o chamariz para o ecoturismo em Porto de Pedras, município de Alagoas que fica a 110 quilômetros da capital Maceió.

Na cidade se encontra a Associação Peixe-boi (Rua Luiz Ferreira Dorta, 25), que é responsável por realizar passeios turísticos para quem quer ver de perto o mamífero. A entidade capacita moradores e ex-pescadores da região. Cerca de 70 famílias vivem em razão da espécie. O endereço chega a receber 70 visitantes por dia para os passeios em jangadas pelo Rio Tatuamunha, onde os animais vivem.

Mamíferos extremamente dóceis, os peixes-bois são avistados facilmente quando se navega pelo curso do rio, que corta grande área de mangue. Alguns dos animais chegam a acompanhar a jangada por todo o percurso, como se quisessem afago.

O turismo de observação do peixe-boi é um dos maiores geradores de renda do município.

O passeio dura em média 30 minutos e, uma vez dentro do rio, o turista pode observar os peixes-bois que vivem por ali, assim como outros animais da área de mangue, como caranguejos e aves típicas.

Durante o passeio, há breve explicação sobre como vivem e quais são os costumes dos animais, que podem atingir 600 quilos e medir até quatro metros. O ciclo reprodutivo da espécie gira em torno de 12 a 14 meses, com intervalo de mais dois anos entre uma gestação e outra.

Todo o caminho é realizado por jangada, já que é proibido que barcos motorizados trafeguem pelo curso. Isso ocorre para que não se assuste o peixe-boi, pois todo cuidado para a perpetuação da espécie deve ser tomado.

Com o auxílio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a Associação Peixe-boi age para que a população do animal aumente. Indivíduos são resgatados de encalhes e devolvidos para a natureza.

As ações das entidades contribuíram para que a espécie deixasse de constar na categoria de ‘criticamente em perigo’ na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.

Os especialistas contabilizam até 1.000 peixes-bois entre Alagoas e Amapá. Esse número já chegou a 500 em passado recente. 




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