Em um relatório intitulado "Costa do Marfim: repressão cega e exagerada de uma manifestação proibida", a entidade internacional de defesa dos direitos humanos denuncia "um número significativo de execuções extrajudiciais e desaparecimentos".

A Anistia Internacional recebeu depoimentos sobre "uma fossa comum perto de Yopougon (bairro periférico de Abidjan)", onde testemunhas disseram ter visto "vários cadáveres que depois foram levados, com destino desconhecido, pelas forças de segurança".

"Outras testemunhas apontaram rastos de sangue suspeitos na entrada de Akouedo, um bairro de Abidjan, depois que os militares enterraram o conteúdo de seus veículos na madrugada de 26 de março de 2004, uma sexta-feira", indica.

Estas informações não puderam, entretanto, ser verificadas pela Anistia, já que as forças de segurança "proibiram ou retardaram a entrada nestas zonas de observadores independentes", em particular dos representantes da Missão da ONU (Organização das Nações Unidas) na Costa do Marfim.