Setecidades Titulo Saúde
Agendamento agrava situação de farmácia

Mudança na retirada de remédios no Hospital Mário Covas causa tumulto e longa fila de espera

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
05/12/2015 | 07:00
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


Pacientes que precisavam retirar medicamentos na Farmácia de Alto Custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, precisaram ter paciência ontem. Com a mudança do sistema, que desde setembro determina o agendamento de horário, o tempo de espera para ser atendido chega a ser de quatro horas.

No início da tarde a fila para passar pela primeira triagem chegava à calçada. Na parte externa, cerca de 50 pessoas que estavam com horário agendado para às 15h já aguardavam no local desde as 14h.

Na parte interna, as 250 cadeiras da recepção não eram suficientes para abrigar quem esperava sua vez. Havia pacientes agendados a partir do meio-dia que ainda aguardavam o painel chamar a senha.

Com horário marcado para as 14h, a dona de casa Vânia César, 35 anos, foi uma das que tiveram de ser pacientes. “Cheguei às 11h, são quase 15h e ainda faltam 35 senhas, tirando as preferenciais.”

Segundo a moradora do bairro Alvarenga, em São Bernardo, a falta de empenho por parte do Estado para solucionar o problema é o que mais agrava a decepção. “Busco há cinco anos o remédio Olanzapina 5 mg (indicado para esquizofrenia) para o meu pai. Eles poderiam descentralizar isso. Do lado da minha casa fica o Hospital de Clínicas”, relata.

Para o aposentado José Carlos Martini, 67, que busca remédio todo mês, o agendamento piorou a situação. “Sempre foi lotado, mas não tanto como está agora.”

Em setembro, o secretário de Estado da Saúde, David Uip, afirmou que o processo para descentralização na distribuição de remédios de alto custo no Grande ABC iria ocorrer neste mês, entretanto, até agora nada foi anunciado.

Não bastasse a espera de quatro horas para retirar medicamentos, pacientes também relataram ausência de remédios, fato que vem sendo noticiado pelo Diário. “Fiquei três meses sem pegar o Selegilina 5 mg (indicado para Parkinson). Paguei R$ 160 todo mês por cada caixa”, relata a professora Izilda Russo, 59, que todos os meses precisa solicitar saída antecipada do trabalho para ir ao local.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que a média diária da farmácia é de 1.700 atendimentos, porém, ontem 2.350 pessoas passaram pela unidade, alta de 38%. A Pasta justificou o aumento em virtude das festas de fim de ano, já que o número de dias úteis é menor. Em relação ao procedimento, a Secretaria informou que, após a implantação, houve redução no tempo de espera, que passou para, em média, 45 minutos.

Sobre a Selegilina 5 mg, a Pasta disse que o desabastecimento ocorreu em outubro, por atrasos na entrega, e a distribuição já foi normalizada,

Por fim, a nota lembra que o Estado está em contato constante com os municípios da região para definir as etapas da descentralização. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;