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Indústria automotiva bate recordes
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
20/08/2005 | 08:40
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Locomotiva da construção da riqueza de São Bernardo, a indústria automotiva não pára de superar os próprios limites. Depois de bater o recorde absoluto de produção de veículos no ano passado (918.890 unidades), segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as seis montadoras do município e empresas dependentes da atividade comprovam que o enxugamento do setor em número de empregos na última década não enfraqueceu a capacidade produtiva. Pelo contrário. A expansão do mercado interno e o crescimento das exportações brasileiras deram fôlego extra ao segmento a partir de 2002.

Os números expõem de forma clara a força do setor. Dados da Secretaria de Finanças da Prefeitura indicam que 47% dos R$ 287 milhões em impostos que a cidade arrecadou no ano passado - pouco mais de R$ 100 milhões - vieram da  indústria automotiva.

As exportações também revelam o papel da atividade na produção local. Segundo último balanço da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, a indústria automotiva de São Bernardo respondeu por 97,53% de tudo que o município vendeu ao exterior no ano passado.

Para o secretário de Finanças da Prefeitura , Marcos Cintra, as estatísticas do setor automobilístico espantam qualquer rumor de desindustrialização e indicam o potencial de crescimento do segmento, tanto na geração de emprego quanto na arrecadação de impostos.

" Quem acredita que estamos passando por um processo de desindustrialização se equivoca. O que está havendo é uma diversificação das atividades produtivas, com destaque para o crescimento do setor terciário, comércio e serviços, que possui grande capacidade de absorver a demanda por empregos. Uma tendência absolutamente normal não só na região, mas em todo o planeta", afirma Cintra. "A indústria automotiva continua tão forte como sempre foi. '

Além de manter hoje 108 mil empregos com carteira assinada em São Bernardo - embora seja quase a metade do total de vagas da década de 80 - segundo levantamento do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o setor automotivo gera empregos indiretos e alimenta uma enorme e complexa cadeia de empresas paralelas - de autopeças e transportadoras - a prestadores de serviços.

No entanto, quem acredita que o setor atingiu o esgotamento mediante desempenho recorde, se engana. As montadoras ainda esperam crescimento superior a 4% no mercado doméstico neste ano, o que deve elevar a produção destinada ao consumidor brasileiro para 1,64 milhão de veículos, contra 1,57 milhão do ano passado.

Para isso não falta investimento. Entre todos os segmentos industriais na região, foram destinados entre 1996 e ano passado US$ 7,06 bilhões à área automobilística. O recurso representa 51,3% do total do investimento no setor em todo o grande Grande ABC. O recurso comprova que a capacidade produtiva da indústria automotiva de São Bernardo está diretamente relacionada a investimentos realizados na área nos últimos anos.

A Volkswagen liderou a atração de investimento no Grande ABC - US$ 2,23 bilhões. Seguida pela Daimler Chrysler (Mercedes-Benz), com US$ 1,2 bilhão, General Motors, da vizinha São Caetano, com US$ 1,1 bilhão. Já a Ford recebeu investimentos superiores a US$ 650 milhões. Scania, Toyota e Land Rover também compõem o grupo automotivo de São Bernardo. Com exceção da GM, todas as estas montadoras atuam na cidade.




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