O ultranacionalista sérvio Vojislav Seselj, 52 anos, encerrou nesta sexta-feira sua greve de fome de 28 dias, depois que a corte de apelações do Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia concedeu a ele o direito de se defender sozinho, um direito que também havia obtido seu ex-aliado, o falecido Slobodan Milosevic.
"Vojislav Seselj informou ao TPI sua decisão de voltar a se alimentar e de se medicar", escreveu o TPI em comunicado.
Seselj havia deixado de se alimentar e de tomar seus remédios em 10 de novembro, para protestar contra várias decisões do TPI, principalmente a imposição de um defensor público, que qualificava de "espião".
A corte de apelações considerou nesta sexta-feira que esta decisão era "abusiva", e ordenou aos juízes de primeira instância que não imponham a Seselj um defensor público.
A decisão da corte de apelações não constitui uma vitória para Seselj, já que restaura a situação que prevalecia na abertura do processo: o defensor público é mantido, mas o acusado tem o direito de se defender sozinho.
O ultranacionalista havia perdido esse direito ao não se apresentar à audiência de abertura de seu processo.
O julgamento de Seselj, interrompido na semana passada devido ao estado de saúde do acusado, ficará suspenso "até que ele tenha se recuperado o suficiente para assumir sua defesa", informou o tribunal.
Vojislav Seselj é acusado de ter formado entre 1991 e 1993 uma "empresa criminosa conjunta" com o objetivo de criar uma Grande Sérvia etnicamente pura, expulsando croatas, muçulmanos e outras populações não sérvias de territórios da Croácia, da Bósnia e do norte da Sérvia.
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