Economia Titulo Varejo
Sem sacolas, redes
poupam R$ 600 mi

Segundo convênio firmado, a partir do dia 25, supermercados
deixam de fornecer embalagens plásticas aos consumidores

Por Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
06/01/2012 | 07:00
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Com os dias contados nos supermercados do Estado de São Paulo, as 2,5 bilhões de sacolas que são distribuídas mensalmente aos consumidores deverão representar economia de R$ 600 milhões às varejistas no período de um ano, considerando que o preço médio da unidade é de R$ 0,02. As redes, no entanto, não falam em transferir esse valor em desconto ao consumidor. Convênio entre a Associação Paulista de Supermercados e o governo estadual vai banir os sacos plásticos das lojas a partir do dia 25.

Para o consumidor restarão como opções caixas de papelão, sacolas retornáveis, caixas dobráveis, carrinho de feira ou sacolas biodegradáveis de amido de milho. Os preços deles variam de R$ 0,19 a R$ 74. O presidente da Apas, João Galassi, acredita que a medida será bem recebida pelos paulistas. “É normal haver opiniões contrárias. Mas creio que a aceitação será boa.”

A pensionista Lucinéia da Conceição, 46 anos, que saía de uma loja em Santo André com quatro sacolas nas mãos não sabia da medida e não gostou da novidade. “Não acho certo. Vou ter que pagar por algo que era grátis? Se não estiver com a sacola retornável terei que levar tudo nas mãos ou comprar de pingado.”

A professora Fátima Regina Medej, 51 anos, disse que será a oportunidade de utilizar as ecobags guardadas no armário e usadas apenas para ir à feira. Ela, que não usa os sacos para colocar lixo, faz tapetes para banheiro com os plásticos. “É uma forma de não jogá-los na natureza.” O operador de produção Marcos de Souza Dias, 31 anos, avaliou que a campanha é interessante, pois deverá reduzir a quantidade de sacolinhas em circulação. “Vou usar mais as caixas de papelão e as sacolas retornáveis”, destacou.

Na Coop, a meta é mudar o comportamento dos consumidores que consomem mensalmente 10 milhões de sacos derivados de petróleo nas 29 lojas. Apenas no Grande ABC, onde estão 21 pontos, são 7,5 milhões de unidades. “Não vamos oferecer sacolas biodegradáveis. Não adianta substituir uma embalagem por outra. Vamos incentivar os cooperados a trazer suas sacolas de casa”, pontuou o presidente Antonio José Monte.

O corte na distribuição do plástico na Coop resultará em economia mensal de R$ 200 mil. Monte destacou que os clientes terão opções de ecobags a partir de R$ 1,99. O executivo espera que o consumidor entenda que a medida é para o bem do futuro do planeta e não optará pela versão biodegradável para vender, pois a indústria não conseguirá atender a demanda das redes.

A lei que proíbe o uso de sacolas plásticas em São Paulo foi derrubada na Justiça pelo sindicato da indústria do plástico em dezembro. O argumento é que muitas pessoas não teriam como carregar as compras. Agora campanha da Apas e do governo pretende tirar de circulação os sacos. Segundo o presidente da Apas, a medida é bem aceita em Jundiaí, primeira cidade do Estado a banir os sacos há mais um ano.

 




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