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Volks suspende produção do Gol e dá férias coletivas
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
11/08/2006 | 08:00
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Enquanto os trabalhadores oravam pela manutenção dos postos de trabalho no pátio da Anchieta, a Volkswagen do Brasil oficializava a decisão de suspender temporariamente a fabricação do Gol ao protocolar o pedido de férias coletivas para ajustar a produção do modelo líder de vendas no país à demanda de mercado. O aviso de férias foi entregue ontem ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) e, a partir do dia 28 deste mês, 3,4 mil trabalhadores ficarão em casa por 10 dias.

Nesse período, a Volkswagen deixará de produzir, em média, 600 veículos por dia. Ao todo, após oito dias úteis de linha de produção desligada, a montadora terá saldo negativo de aproximadamente 4,8 mil modelos Gol, segundo estimativa do Sindicato. Por decisão estratégica, a montadora não confirma o volume de produção subtraída durante as férias coletivas. Os trabalhadores voltarão à fábrica apenas no dia 11 de setembro, depois de emendarem as férias ao feriado da Independência.

A justificativa da empresa para dispensar os trabalhadores é a queda das vendas do Gol para o mercado externo. Mais uma vez, a empresa culpa as exportações. A Volks fundamenta a motivação das férias coletivas em dados da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), que confirmam queda de 4,2% nas vendas para o exterior. Portanto, segundo versão da montadora, a parada na produção do Gol não tem relação com as vendas ao mercado interno.

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Francisco Duarte de Lima, o Alemão, no entanto, contesta os argumentos da montadora e afirma que a liderança do Gol no mercado interno descarta a necessidade de férias coletivas na planta Anchieta. “A justificativa das férias não condiz com dados da Anfavea, que estima crescimento de 7% para o mercado interno neste ano”, refuta o sindicalista. 



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