Os soldados do governo realizaram incursao, na última quinta-feira, nas selvas de Zoppigala, no distrito oriental de Batticaloa, para sitiar os rebeldes, matando 58 deles, segundo disse o coronel Ranyiz Wizana, porta-voz das forças armadas. Quatro soldados morreram nos combates, que ocorreram a 210 quilômetros ao oriente da capital, Colombo, conforme informou o porta-voz. Outros oito soldados ficaram feridos.

A emissora clandestina de rádio Voz dos Tigres, dos rebeldes, confirmou as mortes anunciadas pelo governo neste sábado, porém, afirmou que os guerrilheiros recobraram os cadáveres de cinco soldados, sem informar, entretanto, quantas baixas tiveram em seus quadros. A imprensa nao conseguiu comprovar nenhuma das versoes, já que o governo proíbe o ingresso de jornalistas na área de combate.

O porta-voz das forças armadas informou também que, nesta sexta-feira, no primeiro dia do ano, franco-atiradores militares mataram mais quatro rebeldes no povoado de Odduchuddan, no distrito nortista de Mullaittivu. A luta amainou a guerra civil do Sri Lanka, desde que o exército suspendeu, há um mês, a ofensiva considerada a mais longa e cruel desde o início do conflito.

Mais de seis mil combatentes já morreram na ofensiva que durou 19 meses, com a qual o governo tentou tomar dos rebeldes o domínio sobre uma estrada estratégica, ao norte do país. Porém, o exército só conseguiu retomar dois terços da rodovia de 70 quilômetros de extensao, face aos contra-ataques dos rebeldes. Desde entao, ambos os lados têm recrutado mais combatentes para suas fileiras, buscando fortalecerem-se neste período das chuvas de vento que, periodicamente, tomam conta da zona noroeste, vindas do Oceano Indico, onde ocorrem os conflitos. O término das chuvas é previsto para este mês.

Os guerrilheiros vêm lutando desde 1983 pela independência da minoria étnica Tamil, que denuncia ser vítima da discriminaçao por parte da maioria cingalesa (da ilha de Ceilao, antiga denominaçao do Sri Lanka). Mais de 56 mil pessoas já morreram na guerra civil.