Autoridades iranianas de todas as tendências políticas condenaram o atentado e pediram ``medidas excepcionais' para prender ``aqueles que tentam, por meio dessa tentativa de assassinato, liquidar o embriao do processo democrático no Ira'.

Massu Hajarian, irmao da vítima, disse na segunda que Said era ``um alvo, como os escritores, intelectuais e oposicionistas' assassinados no fim de 1998. Said Hajarin era regularmente criticado pelos conservadores, que o acusavam de ter ``uma posiçao laica e abertamente hostil ao Hezbollah'. O Hezbollah é um grupo guerrilheiro que combate a ocupaçao israelense no sul do Líbano e é apoiado pelo governo do Ira.

Hajarian, ex-vice-ministro de Informaçoes, também é acusado pelos conservadores de ter feito um pacto com Said Emami, apontado como autor da matança de oposicionistas do fim de 1998 e morto em condiçoes misteriosas na cadeia.

Além disso, Hajarian responde a um processo, acusado de ter publicado informaçoes ``confidenciais' sobre a série de assassinatos.

Logo depois das mortes, o ministério das Informaçoes admitiu que alguns de seus agentes estavam envolvidos nos crimes, mas negou que qualquer responsável da administraçao estivesse implicado.

O ministro do Interior, Abdolvahed Moussavi-Lari, o de Informaçoes, Ali Younessi, um conselheiro do presidente Khatami e outras autoridades participaram de uma reuniao domingo, no ministério do Interior, para coordenar a investigaçao do atentado. Os autores dos disparos usavam uma ``moto potente', um tipo de veículo proibido de circular no Ira desde a revoluçao islâmica de 1979, exceto quando pertence a alguns órgaos do governo. Entre eles, os serviços de segurança.

Hajarian é vice-presidente do Conselho de Teera e alto responsável da Frente de Participaçao, da esquerda reformista.