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Moradores pedem manutenção de horta

Prefeitura de Sto.André quer transformar área pública usada pela comunidade do Capuava em praça

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
01/08/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Depois de passar por processo de revitalização totalmente realizado pela comunidade, terreno que mais parecia um lixão, localizado na esquina das avenidas das Nações e Costa e Silva, no bairro Capuava, em Santo André, se transformou em uma horta comunitária. O espaço público fornece verduras e legumes a preços acessíveis aos moradores do entorno há cerca de 30 anos, no entanto, foi reivindicado pela Prefeitura para que seja construída praça no local.

A denominada Horta das Nações está localizada em área de cerca de 500 metros quadrados. Os moradores que cuidam do local ingressaram, em junho, com processo na 2ª Vara da Fazenda Pública do município para ter a licença permanente para uso do terreno. “Por enquanto essa solicitação foi negada, mas o processo ainda está em andamento. Torcemos para que dê certo. Não estamos pedindo nada além do espaço para manter as atividades”, ressalta um dos responsáveis pela horta André Ferreira, 32 anos.

A comunidade não compreende o motivo de a Prefeitura reivindicar o terreno depois de tantos anos. “Desde que começamos esse projeto só melhoramos o espaço. Sempre soubemos que é uma área pública, mas gostaríamos de saber o que será feito aqui. Se for para melhoria da população, nós até entendemos, mas temos medo de ser mais um ponto de entulho ou de usuários de drogas”, observa Ferreira.

O local é parceiro do programa Moeda Verde, criado há cerca de um ano na cidade, no qual moradores de dez comunidades vulneráveis trocam materiais recicláveis por verduras e legumes. Além disso, a Horta das Nações também serve como oficina e é palco para pesquisas da UFABC (Universidade Federal do ABC).

Questionada pelo Diário, a Prefeitura de Santo André reforçou que o terreno onde está localizada a horta é público e que pretende transformar o espaço em uma praça para que toda população usufrua da área verde. A administração pontuou ainda que equipes técnicas das secretarias vão aprofundar estudo técnico detalhado “para implementar novo modelo de aproveitamento do terreno”. Enquanto isso, a gestão Paulo Serra (PSDB) promete revogar o pedido de liberação da área. 

Troca de lixo por hortifrúti chega ao Pintassilgo

O programa Moeda Verde – que permite a troca de cinco quilos de resíduos recicláveis por um quilo de alimentos hortifrúti entregues pelo Banco de Alimentos de Santo André e produzidos em hortas urbanas da cidade – chegou ao Núcleo Pintassilgo, no Parque Miami. Trata-se da 10ª comunidade vulnerável atendida pelo projeto, que beneficia cerca de 50 mil pessoas. 

A chegada do Moeda Verde no Pintassilgo ameniza um pouco a preocupação de Débora dos Santos Guimarães e do marido dela, que estão desempregados há mais de cinco anos. “Esse programa veio em boa hora porque me ajuda financeiramente e garante o nosso prato de comida”, comemora. O ponto de troca do Moeda Verde no Pintassilgo fica na Rua Pintassilva, próximo ao número 340. A ação será feita às quartas-feiras pela manhã, entre 9h30 e 11h, a cada duas semanas. No primeiro dia de atividades, os moradores do núcleo entregaram 536,4 quilos de recicláveis e levaram para casa cerca de 108 quilos de alimentos. 

O lançamento do Moeda Verde no Pintassilgo faz parte da terceira etapa de expansão do programa, lançado em novembro de 2017 no núcleo Ciganos, em Utinga. Em abril de 2018, chegou às comunidades Capuava e Jardim Cipreste. Numa segunda fase de expansão, ainda no ano passado, passaram as ser beneficiados as comunidades Eucaliptos, Morro Vista Alegre (Kibon), Santa Cristina e Jardim Cristiane.

Até o fim de 2019, serão 14 o número de áreas beneficiadas. Nesta terceira etapa de expansão, o Moeda beneficiará os núcleos Sítio do Vianas e Cruzado I e II, além do Tamarutaca, na Vila Guiomar, hoje.




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