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Abiplast: preço do petróleo nao pode ser igual ao exterior
Por Do Diário do Grande ABC
07/03/2000 | 11:10
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Para o presidente da Associaçao Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, o petróleo nao deve ser tratado como commodity no mercado interno, mas de acordo com a produçao do país. Ou seja, ele defende que a formaçao de preço no mercado interno leve em conta a produçao da Petrobras de 60% do petróleo consumido no Brasil. A produçao local do barril custa US$ 3, enquanto no exterior o preço chegou a US$ 32,18 em Nova York e a US$ 29 em Londres, no dia de ontem.

O governo brasileiro importa 40% do que o país consome, mas forma preço de gasolina e nafta (insumo petroquímico), por exemplo, como se todo o petróleo fosse importado. "O petróleo deve ser visto como questao de segurança nacional, caso contrário continuará sendo um forte ingrediente na composiçao da inflaçao", frisa Merheg Cachum.

Inflaçao - Conforme o economista Heron do Carmo, da Fundaçao Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de Sao Paulo (Fipe), o impacto do aumento dos combustíveis na inflaçao de março ficará entre 0,15 e 0,20 ponto percentual. Ele afirma que, de cada R$ 100 gastos pelo brasileiro, R$ 2,65 ficam nos postos de combustíveis. "No ano passado, o lucro da Petrobras foi de US$ 1,7 bilhao . Por que nao poderia ser mais baixo, proporcionando ganhos a todos no país? Porque essa conta está atrelada ao FMI", responde o próprio Merheg Cachum.

Segundo o ministério de Minas e Energia, o preço da gasolina e da nafta no Brasil é formado a partir da soma do custo interno do barril mais a cotaçao internacional do importado. Nessa composiçao, 60% do custo tem por base o preço nacional do petróleo e os outros 40% sobre o valor da commodity. Total por barril: US$ 14,20. Porém, na formaçao de preços pelo governo brasileiro entra a Parcela de Preço Específico (PPE), uma diferença para mais no custo total, explicada pelo governo como valorizaçao de ativos no setor petrolífero que quer atrair investimentos estrangeiros.

A alusao de Merheg Cachum ao FMI, no entanto, diz respeito às dívidas interna e externa brasileira, cuja amortizaçao depende de saldos positivos em contas como a do petróleo.




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