Problema administrativo encerra ciclo que
tornou a modalidade da cidade uma potência
Fim de uma era. Assim pode ser visto o rompimento entre a Prefeitura de São Bernardo e a Metodista no handebol. Depois de 24 anos, problema na prestação de contas da temporada 2008 impossibilita qualquer repasse da administração municipal ao clube que gere a modalidade e que é vinculado a universidade. Sem saída, o jeito foi recorrer a outro parceiro e, a partir deste ano, o time, que é o maior vencedor do Brasil, terá a Unip como apoiador.
Hoje, às 16h30, no Ginásio do Baetão, haverá coletiva de imprensa para anunciar detalhes do novo acordo.
A parceria com a Metodista, que começou em 1993, trouxe a São Bernardo 17 títulos da Liga Nacional e 21 do Campeonato Paulista, somando os desempenhos dos times feminino e masculino, além de enorme supremacia nos Jogos Abertos e Regionais. Constam ainda dois troféus do Pan-Americano e cinco do Sul-Americano.
Um dos fundadores do projeto, Alberto Rigolo, que foi técnico do time masculino de 1993 até 2008, quando passou a coordenar o projeto, função que ocupou até 2014, lamentou muito o fim da parceria e, mesmo distante, aponta culpados. “Não sei exatamente o que está acontecendo porque estou afastado desde 2014, mas posso assegurar que a culpa pelo afastamento dos patrocinadores e do público do handebol é da Confederação Brasileira de Handebol e do seu presidente Manoel Luiz Oliveira. Tivemos Liga Nacional em 2016 com 150 pessoas na arquibancada na semifinal. Qual empresa aceitaria patrocinar competição pouco atrativa como essa?”, questionou Rigolo.
Segundo o ex-dirigente, a Confederação apostou muito nas Seleções Brasileiras e esqueceu dos clubes. “O Manoel teve todos os méritos na conquista do título mundial da Seleção feminina (em 2013) e da evolução do masculino, mas ele esqueceu dos clubes. Fez parceria com time rico da Áustria, que é de primeiro mundo, para que as jogadoras da Seleção jogassem juntas lá e pagou muito por isso, mas não deu R$ 1 para Santo André, São Bernardo ou São Caetano. As federações também pouco contribuem para a evolução da modalidade, não têm nenhuma organização e os campeonatos são fraquissímos”, disparou Rigolo, que lamentou ainda o fim das transmissões na ESPN Brasil, emissora que sempre foi vista como parceira do handebol.
Times e categoria de base serão mantidos por novo apoiador
“Tudo na vida tem começo, meio e fim. Estou muito triste com o fim da parceria com a Metodista, mas acho que é algo natural. Foram 24 temporadas em que ganhamos praticamente tudo e viramos referência”, comentou Carlone.
Confederação rebate críticas e diz que Liga de 2016 foi um sucesso
“Nós não tínhamos como interferir no término da parceria entre a Metodista e a Prefeitura de São Bernardo. Nossas atribuições estão ligadas às competições e às Seleções Brasileiras. Trabalhamos para fazer com que o handebol evolua e o formato que escolhemos para a Liga em 2016 trouxe novos times (foram 31 equipes participantes). A ideia deve ser copiada pela Liga de Basquete”, comentou o presidente da Confederação Manoel Luiz Oliveira.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.