O setor de duas rodas teve queda de 3,7% nas vendas no mercado interno em fevereiro, em comparação com o mês de janeiro. Ante fevereiro de 2011, no entanto, a queda foi ainda maior, de 9,8%.

Segundo dados divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), o mês passado registrou baixa tanto nas vendas quanto na produção de motocicletas. "Uma relativa queda já era esperada em decorrência da menor quantidade de dias úteis, reflexo do Carnaval, mas mesmo quando consideramos apenas as vendas diárias (7.844), podemos notar significativa redução, de 5,1%, em relação a fevereiro do ano anterior (8.262). Acreditamos que esta baixa seja resposta do mercado à maior dificuldade do consumidor em conseguir liberação de crédito", afirma Roberto Akiyama, presidente da entidade.

Para Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), se considerarmos os dois primeiros meses do ano juntos, a queda em relação ao mesmo período do ano passado foi de apenas 0,52%. "Neste ano, a restrição ao crédito está muito forte e atrapalha o mercado como um todo", avalia. Segundo ele, no segmento de duas rodas, 40% das compras são feitas por meio de consórcio e quase a totalidade dos 60% restantes é fechadacom financiamentos.

Para Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo, os consumidores de motocicletas têm mais dificuldade em conseguir liberação de crédito por conta de seus perfis, já que cerca de 85% são das classes C e D, as que enfrentam maior rigor na avaliação de crédito. "Para o consumidor de motocicleta, a concessão de crédito é fundamental", acrescenta.

Apesar da queda, tanto a Abraciclo quanto a Fenabrave estão otimistas em relação ao mercado até o fim do ano. "Nossa previsão é de crescimento moderado para 2012, de 5%, tanto para as vendas quanto para a produção", analisa Paes. Para Meneghetti, o crescimento pode chegar a 7,5%.

Maioria dos condutores tem de 21 a 35 anos

Segundo Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), normalmente os melhores meses de vendas de motocicletas no atacado são os que têm mais dias úteis, como março, maio e agosto. Para o varejo, os meses mais fortes são maio, por causa de dissídios, além de agosto, setembro e dezembro - este por conta do 13º salário.

PESQUISA - Segundo pesquisa feita pela Abraciclo sobre o perfil do condutor de motocicleta, 75% são do sexo masculino. Quanto à faixa etária, 40% têm de 21 a 35 anos; 28% têm mais de 40 anos; 25% têm de 36 a 40 anos e apenas 7% têm até 20 anos de idade.

Consultados sobre o motivo da compra do veículo de duas rodas, a maioria (40%) respondeu que foi para substituir o transporte público. Em seguida (19%), o motivo apontado foi lazer. O terceiro motivo é usar o veículo como instrumento de trabalho (16%) e 10% apontam que usam a moto para substituir o automóvel. Os demais 15% dos pesquisados apontaram outras razões para a compra da motocicleta.