Os trabalhadores do setor de serviços têm, em média, a hora de trabalho mais bem paga do Grande ABC. E a superação ocorre tanto para as mulheres, que em maioria recebem menos pelas mesmas funções exercidas por homens, quanto ao sexo oposto.

Para os homens, o preço da hora dos profissionais do serviço é, em média, de R$ 10,43. E para as mulheres, o valor, pouco mais baixo, fica em R$ 8,38.

Apesar de o setor da indústria, com presença fortalecida na região, garantir a primeira posição em melhores remunerações mensais e anuais, figura na segunda posição no pagamento por hora. Em média, os trabalhadores da área industrial recebem R$ 10,25, enquanto as mulheres faturam R$ 7,87.

E é justamente no setor de serviços que a disparidade entre a remuneração por hora entre os homens e as mulheres é menor. As trabalhadoras recebem, em média, 80,3% do valor que os profissionais ganham.

Na indústria, a fatia em relação ao salário masculino por hora é de 76,7%. E, para o comércio, setor em que as mulheres têm as menores remunerações mensais na região, a hora custa, em média, 55,4% do valor do mesmo período dos homens.

Os dados são de recorte da última Pesquisa Socioeconômica da Universidade Municipal de São Caetano. O preço médio por hora desconsidera o número de trabalhadores por setor, o que explica que o segmento da indústria tenha maior remuneração média mensal, mas perca dos serviços em preço da hora trabalhada.

Na avaliação do coordenador do Instituto de Pesquisa da USCS, Leandro Prearo, o alto valor da hora do setor de serviços é impulsionado pelos profissionais liberais que atuam na região, como médicos, advogados e professores.

"E a região tem grande número desses profissionais. E normalmente os mais velhos, com mais experiência, têm as melhores remunerações", explicou Prearo.

Conforme o recorte da pesquisa, os profissionais de serviços com 50 anos ou mais têm as melhores remunerações por hora no Grande ABC dentro do setor, com valor médio de R$ 12.

Já as mulheres mais experientes, que atuam com serviços, ganham mais do que todos os outros grupos femininos, incluindo a indústria e o comércio, com R$ 10,50 por hora.

Em salário mensal, indústria toma a dianteira da região

O setor de indústria não paga mais por hora em relação aos outros setores na região, mas é dono das maiores remunerações mensais. E os industriários, com idade entre 30 e 49 anos, possuem o maior salário, ao mês, com R$ 2.481, em média.

Essa faixa de idade também reúne quem mais ganha entre as mulheres da indústria. O salário médio dessas trabalhadoras é de R$ 1.733.

Para os mais novos, de até 29 anos, o setor do comércio oferece a melhor média de remuneração, com R$ 2.002. Em seguida aparece o setor de serviços, com R$ 1.534. A indústria, que tem grande presença na região, possui a menor média de remuneração mensal para os jovens, com R$ 1.477.

Por outro lado, as trabalhadoras mais novas do comércio têm a menor média de salário entre as mulheres. Com idades de até 29 anos, elas recebem em média R$ 899, bem próximo do primeiro piso do setor na região, de R$ 715.