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Estudantes carentes terão 500 vagas na Metodista
Por Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
26/08/2004 | 14:09
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Duas universidades do Grande ABC manifestaram voluntariamente o interesse em aderir ao ProUni, Programa Universidade Para Todos, do governo federal, que prevê a concessão de bolsas de estudo a alunos carentes em troca de isenção fiscal. A Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) e a Uniban (Universidade Bandeirantes), ambas de São Bernardo, foram as únicas a demonstrar oficialmente o apoio à iniciativa, antes de o projeto ser aprovado pelo Congresso. Em todo o Estado, 31 instituições de ensino particulares formalizaram a intenção.

O MEC (Ministério da Educação) afirma que o ProUni pode entrar em vigor sem que se transforme numa obrigatoriedade legal. Se o projeto emperrar no Legislativo, ainda assim a iniciativa poderá ser levada a cabo, com o apoio das particulares. Pelo projeto, de cada dez alunos aprovados no próximo vestibular, um terá a chance de estudar de graça se ficar comprovado que não tem condições de custear os estudos. Para tanto, a renda familiar deverá ser inferior a um salário mínimo por pessoa. O benefício valerá também para os professores da rede pública de ensino que não tiverem cursado ensino superior.

Na Umesp, cerca de cinco mil novos alunos ingressam na instituição todos os anos. A partir do ano que vem, 500 deles poderão requerer o desconto de 100% na mensalidade, se preencherem os requisitos do MEC e passarem pelo processo seletivo. "O vestibular será o mesmo tanto para o candidato que pode como o para que não pode pagar mensalidade. A igualdade de condições terá de ser mantida. O contrário não seria justo com nenhuma das partes", explicou o vice-reitor administrativo da Umesp, Marcio de Moraes.

Na prática, o que se garante é a bolsa de estudos, não o acesso. "Se nós oferecermos 80 vagas para determinado curso, oito delas poderão ser preenchidas pelos bolsistas. Desde que estejam entre os 80 aprovados no vestibular", explicou.

O vice-reitor diz que o ProUni não trará benefícios financeiros à universidade, que já tem imunidade fiscal por ainda ser considerada filantrópica. A Umesp briga na justiça para manter o selo da filantropia e, enquanto não sai a decisão final, continua a não pagar a contribuição previdenciária patronal, que consome 12% do total da folha de pagamento. Em contrapartida, o MEC exige que instituições sem fins lucrativos destinem 20% de suas vagas aos bolsistas.

Hoje, a Umesp atende 14 mil alunos, mas teria capacidade para 15 mil, não fossem as desistências registradas durante os cursos. "Mas não dá para afirmar quantos desistem por falta de dinheiro e quantos por descobrirem que optaram pela carreira errada".

A Uniban foi procurada pela reportagem do Diário durante toda a tarde desta quarta. A diretoria do campus ABC informou que o reitor estava em Brasília e que só se pronunciaria nesta quinta.




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