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Casal de sertanejos é atração no Barcelona, em São Caetano

Carlos e Crystie dividem não somente a vida a dois, mas também os palcos, e garantem representatividade do bairro na música sertaneja

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
24/03/2015 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


‘Quem canta, os males espanta’, já diz o velho ditado. Por isso, nada melhor que soltar a voz para tirar todo o estresse da rotina diária. Se houver o clamor do público, o efeito é mais benéfico ainda. Aos fins de semana, é justamente isso que faz o casal Edilson Carlos da Silva, 41 anos, e Cristina Gomes, 39, moradores do bairro Barcelona, em São Caetano, quando sobe ao palco e entra em cena a dupla sertaneja Carlos & Crystie. De segunda a sexta-feira ele atua com funilaria; ela é policial militar e cursa o 5º semestre de Direito.

“Quando estamos cantando parece que a gente se transporta para outra dimensão, nos desligamos do mundo. É como se a música entrasse pelas veias e corresse pelo corpo todo”, salienta Carlos.

“É um momento de descontração e a energia que toma a gente é maravilhosa”, complementa Crystie.

Antes de conhecer a atual companheira – e agora mulher –, Carlos já conciliava a rotina de trabalho com a carreira artística, cantando em parceria com um rapaz. Foi assim que Crystie o conheceu, assistindo a uma apresentação em um bar e, algum tempo depois, começaram a namorar.

Por questões particulares e empresariais, a dupla acabou após 12 anos na estrada e Carlos viu que, ao seu lado, havia um talento que não merecia se limitar a uma ‘cantoria no chuveiro’. “Ouvia a Crystie cantando e, como faço isso há muito tempo na noite, vi que ela tinha talento. Quando percebi que segurava a onda, fiz o convite para cantar comigo”, lembra ele.

Em junho de 2011, os dois iniciaram o amadurecimento da ideia e, em janeiro de 2013, veio o primeiro show, no estabelecimento Jabar Maria Bonita, localizado no mesmo bairro onde moram e onde tocam até hoje, três sábados por mês. “Fiquei bastante apreensiva, pois o pessoal o conhecia cantando com outra pessoa, mas fui muito bem recebida e hoje temos várias pessoas que nos acompanham”, falou Crystie. No quarto fim de semana, eles se apresentam em eventos particulares, como festas de aniversários e casamentos.

Embora as referências de ambos sejam mais voltadas ao sertanejo clássico, como as duplas Milionário & José Rico e Chitãozinho & Xororó, o repertório de Carlos e Crystie é variado, a fim de agradar a todos. “É totalmente misto. Tocamos desde o sertanejo raiz ao universitário e misturamos com Jovem Guarda, rock anos 1980, internacional. A gente faz estilo banda de formatura, tem de tudo um pouco”, diz Crystie, aos risos.

Como todo artista, eles sonham em gravar CD e propagar o dom que Deus lhes deu, mas esbarram em alguns desafios. “Hoje em dia, para fazer sucesso, não basta apenas talento, mas também a sorte de ter alguém grande por trás, dando apoio”, ressalta Carlos. As dificuldades, no entanto, não farão a dupla cerrar as cortinas. “Não vamos parar de cantar tão cedo”, conclui ele.

Comerciante representa moda mineira

Não é só a culinária de Minas Gerais que se destaca no cenário nacional. Há 20 anos, a comerciante Claudia Regina de Souza Melo, 48 anos, difundiu no bairro Barcelona, em São Caetano, a moda tipicamente mineira, oferecendo ao público feminino peças artesanais, repletas de requinte e detalhes. E foram justamente essas características que lhe chamaram a atenção. “Não gosto de nada comum e a moda mineira é cheia de bordados e patchwork (emenda de retalhos costurados que formam desenhos)”, explica ela, que é paulistana. “Nem o básico consegue ser básico.”

Claudia teve o primeiro contato com essas roupas em um shopping atacadista na Capital. “Comprei seis camisas morrendo de medo, porque eram caríssimas e eu não sabia como seria a aceitação”, conta ela, que pagou, no valor atual, R$ 200 por cada peça.

Para sua surpresa, o pequeno estoque se esgotou rapidamente e hoje praticamente todos os produtos de sua loja, localizada na Alameda Cassaquera, vêm das cidades mineiras de Passos e Visconde do Rio Branco. Oito anos atrás, uma dessas peças foi presenteada por Claudia à apresentadora Hebe Camargo (morta em 2012), quando ela foi assistir à gravação de seu programa.

Por serem itens fabricados minuciosamente, o custo de cada peça fica acima dos R$ 200. No entanto, a qualidade, segundo Claudia, é indiscutível. “A roupa não acaba.”

Tiro esportivo é destaque em clube

Quando se fala em arma de fogo, duas coisas logo vêm à cabeça: segurança e violência. Mas um clube de tiro sediado na Rua Maceió, no bairro Barcelona, mostra que o armamento também é usado para prática esportiva.

Ao chegar ao local, primeiro encontra-se uma loja que comercializa grande variedade de armas e tem como principais clientes Exército, Marinha, Aeronáutica, além de policiais militares, civis e federais. Já aos fundos, o estabelecimento dispõe de grande infraestrutura para o treinamento do tiro esportivo, com nove estandes divididos em quatro espaços, com 25 m² cada. O espaço é fechado com paredes concretadas e vidros blindados, para total segurança dos usuários, e disponibiliza instrutores credenciados pela Polícia Federal.

Segundo o proprietário do local, Clovis César de Aguiar Junior, 50 anos, o clube possui mais de 3.000 associados. “Para frequentar, é preciso ter mais de 18 anos, nenhuma ocorrência no atestado de antecedentes criminais e curso de tiro, que ministramos aqui mesmo”, conta ele. As aulas e todo o procedimento de filiação custam R$ 1.000. Após um ano, há taxa de renovação de cerca de R$ 350 anuais.

Aguiar Junior destaca que 30% dos participantes do clube são mulheres e a maioria não atua no segmento de Segurança. “O primeiro motivo é curiosidade. Muitos também veem no tiro esportivo uma forma de aliviar o estresse. As pessoas procuram mais por esporte que por defesa.”

Essa prática esportiva não é algo recente. A estreia da modalidade em Jogos Olímpicos foi em Atenas, na Grécia, no ano de 1896. Já o Brasil teve sua primeira participação na Olimpíada da Antuérpia, na Bélgica, em 1920. E estreou com medalhas. O tenente Guilherme Paraense conquistou o ouro e o País levou ainda uma medalha de prata e outra de bronze.
 




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