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Luiz Fernando revela R$ 4 mi em proposta para vender Tigre

Gestor por oito anos, deputado recebeu quatro ofertas, mas decidiu devolvê-lo aos Montemor

Dérek Bittencourt
11/08/2017 | 07:00
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Pela primeira vez desde que oficializou a devolução do São Bernardo FC às mãos do presidente e fundador Edinho Montemor, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) falou sobre o assunto. E revelou que durante as negociações sobre o futuro do São Bernardo FC, que já se arrastavam ao menos desde o início da temporada, recebeu quatro propostas para vender o clube – sem revelar os interessados –, sendo uma delas bastante vantajosa financeiramente, mas optou por devolver o Tigre.

“Tive propostas financeiras de empresários para ganharem dinheiro ou até tirar (o clube) da cidade. O São Bernardo FC tem nome, torcida, camisa. Conquistou respeito do mercado. Passou a ser negócio interessante. Tive quatro propostas reais. A mais consistente foi um pagamento à vista de R$ 4 milhões, mas a gente sequer deu margem a essas conversas, porque sabia que não poderia vender um filho, revender o clube do meu coração”, declarou Luiz Fernando, que fez uma solicitação. “Tem de permanecer em São Bernardo. Torço e peço muito que a atual direção nem pense nessa possibilidade.”

No negócio para repasse do clube, o político afirmou que não houve envolvimento de cifras. “Não vendi, basta perguntar ao Edinho. Tenho documentos que demonstram que passei sem custo na transferência para que amanhã ninguém viesse falar besteira a respeito”, explicou o ex-dirigente, que endossou dizendo que não recebeu “nem um centavo” e que ele e o filho deixaram o clube antes do início do Campeonato Brasileiro da Série D com R$ 1 milhão em caixa. “Nunca pensamos na lógica de ganhar dinheiro. Hoje está nas mãos do Edinho e do Edgard (Montemor Filho, diretor executivo de futebol). Torço por eles e pelo meu time do coração. Fiz a opção de passar esse filho para que não morresse. Poderia ter vendido, encerrado... mas dei. Com todas a estrutura, sem pensar em remuneração ou gasto”, admitiu.

Em oito anos à frente do Aurinegro, Teixeira alcançou dois títulos (Série A-2 de 2012 e Copa Paulista de 2013), foi à elite estadual por duas vezes – na qual permaneceu por seis temporadas –, chegou à Copa do Brasil e classificou o time para a Série D do Brasileiro. “O São Bernardo, para mim, é um filho que peguei muito criança, com 5 anos de idade, e o trouxe à maturidade. Filho que ajudei a crescer, ficar importante e fiz time para a cidade”, exaltou.

Baseado neste desempenho durante a gestão – inclusive elogiado por Edinho Montemor ao Diário há algumas semanas –, o deputado não descartou regresso ao futebol, inclusive com uma condição. “O futuro a Deus pertence. Se tiver um dia esse chamado, vamos lá. Mas se tiver que voltar, gostaria que fosse com o São Bernardo FC.”

Luiz Fernando ainda aproveitou para reconhecer a importância daqueles que o ajudaram nestes anos de Tigre. “Tenho de agradecer a todos que colaboraram: funcionários, patrocinadores e também às torcidas, como a Guerreiros, Febre Amarela e Garras do Tigre, enfim, todas. Só tenho a agradecer à cidade pela confiança e apoio que tive, aos profissionais que trabalharam comigo ao longo desses oito anos e dizer que o que precisar vou estar à disposição com amor e carinho.”

Quando assumiu o clube, em 2009, junto do sócio e vice-presidente Edson Asarias, Luiz Fernando Teixeira não tinha experiências anteriores no meio esportivo. Aos poucos, foi adquirindo conhecimentos e, depois da vivência, definiu o futebol entre aquilo que o surpreendeu e o decepcionou. “A surpresa é que o futebol não é a arte do imponderável. Quando você faz as coisas benfeitas, elas acontecem. E quando você erra, paga por isso. Quando tem gestão séria, funciona. Hoje em dia não permite brincadeira. Futebol é consequência da gestão. Se você for sério, seu clube será sério. E demonstrei na prática. Quando erramos, o time padeceu e pagou por isso. Decepção? Ser um meio muito amador. Mostra por que o futebol brasileiro não vem conquistando títulos. As gestões de clubes são muito amadoras”, opinou. 




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