Economia Titulo Sustentabilidade
Água de reúso é
até 50% mais barata

Produto para fins industriais do Aquapolo Ambiental
abastecerá Polo Petroquímico de Capuava, em Mauá

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
30/11/2012 | 07:00
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Empresários da indústria da região têm, a partir de agora, mais uma opção para ganhar pontos com a responsabilidade socioambiental e gerar economia para o caixa da companhia. Com a inauguração do projeto Aquapolo Ambiental, parceria da Sabesp e Foz do Brasil (empresa de soluções ambientais da Odebrecht), começa a ser comercializada água de reúso para fins industriais, cujo preço é até 50% mais barato do que o da água tratada.

Segundo a presidente da Sabesp, Dilma Pena, o metro cúbico (m³) da água de reúso, ou seja, o equivalente a 1.000 litros, vai custar entre R$ 6 e R$ 7, enquanto que o da tratada, de R$ 10 a R$ 12. "É mais uma solução para garantir que não faltará água. A de reúso é customizada para cada tipo de indústria", afirmou. A ideia, segundo ela, é abastecer também, futuramente, presídios e shoppings.

Essa água, produzida a partir do esgoto tratado, pode ser utilizada para resfriamento e lavagem de máquinas, lavagem de áreas comuns, geração de energia, aquecimento de caldeiras, tingimento de tecidos e regagem de jardim, entre tantos outros.

O Aquapolo foi lançado ontem, após investimento de R$ 364 milhões e 13 meses de obras na Avenida dos Estados, iniciadas em outubro de 2010, que deixou caótico o trânsito da região - por conta da construção da adutora (um grande tubo) que liga a Estação de Tratamento de Esgoto do ABC, na divisa de São Caetano e São Paulo, ao Polo Petroquímico de Capuava, em Mauá.

A implantação do projeto, considerado o maior do Hemisfério Sul com fins industriais, foi viabilizada pela Braskem, que consumirá 65% de sua capacidade. O Aquapolo produz até 1.000 litros por segundo - o equivalente ao consumo de água potável de 300 mil moradores, quase a totalidade do município de Diadema (que possui 386 mil habitantes).

BENEFÍCIOS - De acordo com o vice-presidente executivo da unidade de petroquímicos básicos da Braskem, Rui Chammas, ainda não é possível mensurar, em valores, a economia que a água de reúso trará, já que 30% do consumo é de água potável, comprada da Sabesp, e 60% é captada do Rio Tamanduateí. "O produto vai permitir adotar tratamento de água mais leve, além de eliminar manutenções", disse. A água de reúso na petroquímica será utilizada para refrigeração industrial. Com isso, 450 milhões de litros de água tratada deixarão de ser utilizados - o equivalente a 175 piscinas olímpicas. "Esperamos ganhar também capacidade de operação e aumento de produção. De qualquer forma, como buscamos liderança na química sustentável, o intuito é gerar maior qualidade e garantir o fornecimento a longo prazo."

Segundo o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Edson Giriboni, em Israel 75% da água consumida é de reúso e já possui utilização, inclusive, na agricultura.

 

 




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