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Famílias de vítimas do conflito no Oriente Médio pedem paz
Por Do Diário do Grande ABC
24/07/2000 | 10:15
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Familiares israelenses de vítimas de ataques palestinos ou de guerras contra os Estados árabes intensificaram sua luta, nos últimos dias, para que as negociaçoes de Camp David concluam com um acordo de paz.

Nao sao muitos, nem o sentimento que inspiram tem aceitaçao unânime. Em muitos que sofreram tragédias similares, predomina o desejo de vingança, por isso o drama pessoal dos que mesmo assim optam pela paz confere grande autoridade moral à sua causa.

Na praça dedicada ao ex-primeiro-ministro assassinado, Yitzhak Rabin, em Tel Aviv, estes pacifistas levantaram uma barraca à qual, há dez dias, centenas de pessoas, muitas delas palestinas, comparecem diariamente para expressar seu apoio.

Entre as iniciativas adotadas, foram recolhidas milhares de assassinatuaras pedindo um acordo de paz em Camp David que, segundo eles, daria ``segurança a Israel'.

Yitzhak Frankenthal, 49 anos, fundador desta ``Associaçao de famílias em luta pela tolerância', que conta com 145 membros, perdeu o filho Arik, soldado de um contingente seqüestrado e assassinado em 1995, perto de Jerusalém, por um comando palestino do Movimento de Resisêencia Islâmica (Hamas). Marcado pela perda, este empresário decidiu consagrar sua vida ao combate pela paz.

Frankenthal está convencido de que seu filho ``morreu porque nao havia paz. Eu era partidário da existência de um Estado palestino antes de sua morte, e depois ainda mais', disse. ``Nosso primeiro objetivo é curar os israelenses de seu temor dos árabes. Por culpa deste temor, as pessoas se negam a pagar o preço da paz', enfatiza. ``Aqueles que, como eu, conheceram a pior das tragédias e, no entanto, trabalham pela paz, sao a prova de que se pode superar o medo', acrescenta.

Com este objetivo, a associaçao promove encontros com famílias palestinas que também perderam parentes no conflito com Israel.

O filho de Orna Shimoni caiu no Líbano, em 1997. Depois de sua morte, esta enérgica sexagenária se converteu numa destacada figura da luta pela retirada israelense do Sul do Líbano. ``Vencemos, mas, no princípio, os responsáveis políticos se opunham, em sua maioria, à retirada e me senti sozinha contra todos, como um Don Quixote', assegura. ``Desta vez, sim, nossa luta nao é contra o Governo e sim a seu favor, e pelo menos um em cada dois israelenses nos apoiam'. ``É duro mobilizar as pessoas por uma paz que está por fazxer', estima Frankenthal, que lamenta ``a impotência dos partidários da paz' frente à propaganda da direita nacionalista israelense.

Esta congregou, em 16 de julho, na mesma praça Rabin, mais de 150.000 manifestantes, e cobriu o país de cartazes e panfletos contra ``as concessoes de Barak', acusando-o de ``levar Israel à perdiçao'. Como fruto disso tudo, os ``partidários da paz' nao se mostram excessivamente confiantes.

A principal organizaçao pacifista, ``Paz agora', convocou uma manifestaçao para receber Ehud Barak em sua volta de Camp David, a qual já anunciaram que será cancelada se o primeiro-ministro voltar com as maos vazias, disse Dalia Golan, responsável pelo movimento.




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