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Mostra do Festival de Teatro de Curitiba chega dia 31
Por Do Diário do Grande ABC
26/03/2000 | 19:55
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O público paulistano nao precisará esperar muito para ver dois musicais que integraram a mostra oficial do 9º Festival de Teatro de Curitiba, apresentados no último fim de semana de programaçao. "Replay", de Max Miller, dirigido por Gabriel Villela, com Raul Gazolla, Cláudio Fontana e Matheus Carrieri, estréia sexta-feira, dia 31, no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). E "Happy End", de Elizabeth Hauptman, musical dirigido por Marco Antônio Rodrigues com a parceria do Grupo Tapa no elenco de 12 atores, estréia dia 8, na Sala Conrado Wessel, inaugurando a nova sede do Grupo Folias D'Arte, no bairro de Santa Cecília.

A montagem de "Bonitinha, mas Ordinária", de Nélson Rodrigues, dirigida por Moacyr Góes, encerrou domingo à noite a mostra oficial do evento iniciado no dia 16 que, durante 11 dias atraiu para a cidade um público estimado em 80 mil espectadores. Vitor Aronis, um dos três diretores da Calvin Entretenimento, empresa que promove o festival, já planeja mudanças para a ediçao do próximo ano, prevista para ocorrer de 22 de março a 1º de abril.

Entre elas, a reduçao do número de espetáculos da mostra oficial e a ampliaçao do número de apresentaçoes: neste ano foram apenas duas sessoes para cada uma das 22 montagens, a maioria com casas lotadas e ingressos esgotados dias antes da estréia.

"Isso vai facilitar a adaptaçao da montagem ao espaço e também o funcionamento do boca-a-boca para espetáculos menos procurados com antecedência", diz Aronis. "Muita gente ficou frustrada, por exemplo, por nao ter visto "Anjo Duro", porque quem viu falou muito bem." E, por vários motivos, entre eles os custos de transporte, a grande maioria das montagens que passam pelo festival nao voltam à cidade.

Uma boa surpresa desta ediçao foi a alta média de qualidade das montagens da mostra paralela, o Fringe, que se havia frustrado em sua primeira ediçao, dois anos atrás. Entre elas, Um Credor da Fazenda Nacional, de Qorpo Santo, dirigida por Georgette Fadel, atriz da Cia. do Latao. A história kafkiana de um homem que enfrenta uma burocracia surrealista para receber um dinheiro deve estrear no próximo semestre no Centro Cultural Sao Paulo. Merece destaque a ousadia, bem-sucedida, do diretor Bruno Garcia e dos atores Fernando Salis e Rosely Franco que levaram à cena "Mênon", um dos diálogos de Platao, uma discussao sobre o que é a sabedoria e se ela pode ser ensinada.

E bem que poderia vir a Sao Paulo a montagem carioca de "Pequenos Trabalhos para Velhos Palhaços", um belíssimo texto do romeno Matei Visniec, dirigido por André Paes Leme. Alexandre David, Cláudio Simoes e Augusto Madeira interpretam três palhaços decadentes que se reencontram numa sala de espera em busca de um possível emprego anunciado num jornal.

Se a qualidade artística marcou a programaçao do Fringe, também nao faltaram problemas na organizaçao dessa mostra. Acústica inadequada, com o vazamento de som de um espetáculo para o outro; dificuldade de acesso aos espaços distantes do centro da cidade; conduçao inadequada ou até mesmo inexistente nas sessoes da meia-noite; isolamento dos artistas do Fringe, que nao conseguiam trocar idéias com outras equipes e, por vezes nem mesmo com a organizaçao do festival; falta de equipamentos de som e iluminaçao reservados com antecedência. "Admito e concordo com todas essas queixas", afirma Aronis. "Algumas delas foram isoladas, como problemas com a reserva de equipamentos de som e luz, que nao deveriam ter ocorrido já neste ano."

Para o próximo ano, ele promete fazer os ajustes necessários também quanto às últimas queixas. "Queremos criar um grande ponto de encontro, onde esteja centralizada a assessoria de imprensa e toda a equipe de organizaçao e tenha ainda um café tornando-se um espaço de convivência." Ele pretende distribuir melhor os horários das sessoes e buscar novos espaços: este ano, a cada dia, nove peças apresentavam-se simultaneamente no Fringe.

Aronis tem, ainda, a intençao de fornecer mapas da cidade e obter apoios para linhas especiais de ônibus. "Faltou também informar o tempo de duraçao dos espetáculos", diz Aronis. Um dado importante para quem realizou uma maratona na tentativa de assistir ao maior número possível das 44 peças do Fringe: "Ano que vem quero solucionar esses problemas para ampliar ainda mais o Fringe."




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