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País se aproxima do ‘investment grade’
Letícia Casado
Do Diário do Grande ABC
21/05/2007 | 07:07
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Nas últimas semanas tem-se falado muito sobre a proximidade do investment grade, ou grau de investimento, que o Brasil está alcançando. Neste mês, duas agências de classificação de risco – Fitch Rating e Standard & Poor’s (S&P) – elevaram a nota atribuída ao País de BB para BB+, o último nível que antecede o grau de investimento. Agora falta apenas a Moody’s, a mais rígida das agências, elevar a nota do Brasil.

Esse conceito serve de parâmetro internacional para atribuir o risco de um país pagar ou não as suas dívidas. Ou seja, quando chega na letra A, há uma espécie de consenso do mercado internacional de que o país não vai dar o calote em suas dívidas. Estados Unidos, Canadá e os membros da União Européia, por exemplo, estão neste patamar. Entre os emergentes, México, Chile e Rússia fazem parte desse grupo.

E por que isso é importante? A classificação de risco é um dos primeiros pontos observados pelo investidor antes de fazer uma aplicação. Muitos investidores estrangeiros só têm permissão para colocar dinheiro num país que tem o grau de investimento. É o caso dos fundos de pensão norte-americanos, aquelas vultuosas poupanças que os trabalhadores dos Estados Unidos administram a vida toda.

Um dos resultados imediatos da classificação para o Brasil foi a queda do risco-país, que chegou ao nível histórico de 143 pontos. Para se ter uma idéia, na época da eleição do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o risco-país ultrapassava 2,4 mil pontos. Quem vai investir em um lugar que o mundo todo acha que não tem capacidade de pagar dívidas?

O cenário positivo da economia brasileira acelerou ainda mais a queda do dólar, que ultrapassou a barreira dos R$ 2 e deixou os exportadores um pouco mais nervosos. Mas o processo de queda da moeda americana deve continuar. Quanto mais atraente é o Brasil, mais os investidores estrangeiros vão colocar dinheiro aqui – em dólar. E, se há mais dólares no mercado, mais para baixo é pressionada a moeda estrangeira.

Esses investimentos podem ser na Bolsa de Valores ou no setor produtivo, por meio de investimentos externos diretos (IED). “É um efeito positivo na economia”, diz Fausto Gouveia, analista da Alpes Corretora. Ele lembra que a abertura de capitais na Bovespa está forte neste ano, e que empresas de todos os setores da economia estão entrando no mercado acionário – e não apenas matéria-prima para exportação. As ofertas públicas iniciais, diz Gouveia, “vão de farmácia a commoditties”, e a entrada de investidores estrangeiros no País estimulará as ações de todos esses segmentos.



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