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Espetáculo simula festa para discutir racismo, depressões e outras questões

Música, dança, depoimentos e hip hop movem espetáculo em cartaz no Sesi Mauá

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
05/12/2019 | 07:00
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Divulgação


Uma festa está pronta para servir de pano de fundo para que questões humanas sejam discutidas. Trilha sonora, dança e jogos de luzes são usados como complementos quando histórias pessoais são reveladas e, como faz parte do objetivo artístico teatral, buscam reflexão por parte do público. Mescla de sentimentos e ações fazem parte do espetáculo A Festa – Estratégias Musicais para Sobreviver, mais recente projeto do Núcleo Experimental de Artes Cênicas do Sesi-SP.

A direção é assinada por Claudia Schapira, com Eugênio Lima e Dani Nega sendo responsáveis pela direção musical. Em um baile, o DJ não aparece e o público começa a colocar suas músicas para tocar. As canções e contos remetem a depoimentos que cada um dos 14 atores registrou anteriormente, com todas as informações servindo para a construção do enredo. Honestidade acaba sendo palavra-chave dentro da peça.

“É interessante olhar como as histórias de cada artista refletem seu lado pessoal do momento. Daí a coordenação entrelaçou tudo, incluindo spoken word (estilo de performance poética), encenação e coreografias”, conta a atriz Letícia Rodrigues, 29. “A Claudia queria trabalhar a linguagem do teatro-dança com a presença do hip hop, que serve de condutor do espetáculo.”

A montagem começou a ganhar forma em julho e sua estreia ocorreu em setembro. Desde então, tem realizado apresentações nos teatros da rede Sesi. O próximo compromisso da ‘turnê’ está agendado entre hoje e sábado, sempre às 20h, no Sesi Mauá (Av. Pres. Castelo Branco, 237). Com entrada franca, o público deve realizar reserva antecipada pela internet (www.sesisp.org.br/meu-sesi).

Parte da estrutura de A Festa – Estratégias Musicais para Sobreviver tem como referência o oitentista filme francês O Baile (1983), de Ettore Scola. Na medida em que o evento ocorre, frestas são abertas para as narrativas individuais, com efeitos visuais ajudando a desenvolver o clima. Projeções e luzes de celular servem como chamativos elementos cênicos.

Segundo Letícia, a presença do hip hop ganha ar especial para se tratar de assuntos mais sérios, casos de depressão, complicações psiquiátricas, racismo e diversos problemas sociais. “Acho meio amendrontador jogar todas nossas ideias para o público. (O hip hop) É uma linguagem que tem abertura para denunciar. O que temos notado é como a conexão, principalmente, com os adolescentes é forte. Conseguimos embarcar bem na questão do pertencimento a um mundo complicado que esse público busca também.” Em seu pequeno e farto mundo, uma festa pode representar muito bem toda essa agitação.




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