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Itália vai investigar morte de jornalista no Afeganistão
Das Agências
20/11/2001 | 15:37
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O tribunal de Roma anunciou nesta terça-feira que vai abrir uma investigação judicial por "homicídio culposo" da enviada especial do jornal Il Corriere della Sera, Maria Grazia Cutuli na segunda-feira no Afeganistão.

O procurador Federico De Siervo e seu assessor Italo Ormanni, encarregados da investigação, entraram em contato com o Ministério das Relações Exteriores para investigar as circunstâncias da morte da jornalista, 39 anos, que morreu numa emboscada com outros três jornalistas numa estrada que leva de Jalalabad a Kabul.

Todos os jornais italianos, inclusive os esportivos, renderam homenagem nesta terça-feira à jornalista, definida como "uma mulher valente, tenaz e apaixonada por sua profissão". Nascida em Catania (Sicilia-sur), tinha trabalhado em várias regiões de conflito entre elas Bósnia, Congo, Serra Leoa e Afeganistão, país para o qual viajou em várias ocasiões, inclusive durante suas férias.

Cutuli, que tinha sido voluntária do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, esteve também em Ruanda e Camboja. Colaboradora do Corriere della Sera desde 1997, foi contratada definitivamente pelo jornal de Milão em 1999.

No ano passado, tinha conseguido grande reconhecimento profissional ao cobrir a tragédia do submarino russo "Kursk", a nova Intifada em Israel, a destruição dos Budas gigantes no Afeganistão e o problema dos meninos escravos em Benin.

Depois dos atentados do dia 11 de setembro, a jornalista partiu para o Paquistão, onde comemorou seu aniversário, no dia 26 de outubro, na companhia de vários colegas.

Os corpos de quatro jornalistas, dois da agência de notícias inglesa Reuters e o espanhol Julio Fuentes, do jornal El Mundo, foram transferidos nesta terça-feira a Jalalabad.

Meios de comunicação italianos não excluem a possibilidade da jornalista ter sido morta devido ao seu último artigo, no qual conta como descobriu presença de armas químicas em um campo de treinamento abandonado pelos talibãs próximo de Jalalalab.




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