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Sociedade civil agenda ato em defesa da Praça Castelo Branco

Evento contrário à reforma do espaço, projetada pela Prefeitura de Diadema, ocorrerá na sexta

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
18/09/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Representantes da sociedade civil nos conselhos de Defesa do Meio Ambiente e de Proteção ao Patrimônio de Diadema organizaram para sexta-feira, às 17h, ato em defesa da Praça Castelo Branco. A atividade, que será realizada no Dia da Árvore (21 de setembro), pretende mobilizar os munícipes e, com isso, conseguir, junto à Prefeitura, mudanças no projeto de reforma do espaço, algo que já vem sendo debatido entre a administração e os conselheiros.

O Diário acompanha, desde junho, o temor de moradores e comerciantes da cidade em relação à proposta de construção de estacionamento na Praça Castelo Branco. A administração municipal, chefiada por Lauro Michels (PV), defende a necessidade de modernização e revitalização do espaço, atualmente bastante degradado. Alguns comerciantes locais são favoráveis às vagas de estacionamento, já outros temem que a praça – a primeira da cidade – seja desconfigurada.

O ato de sexta-feira pretende chamar a atenção para reivindicações acertadas entre os conselhos municipais, entre elas que não seja removida nenhuma árvore do local. Além disso, há a preocupação de que o desenho original da praça seja mantido – inclusive com a preservação do piso de mosaico português –, e que os comerciantes que integram o programa de Economia Solidária do município sejam transferidos para quiosques com acesso a água corrente (eles atualmente ocupam barracas).

A retirada das árvores é o principal ponto combatido pelo Condema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) desde que a administração sinalizou a intenção de reformar a praça. O argumento é que Diadema já consta entre as cinco cidades brasileiras com menor proporção de área verde por habitante. A possibilidade de supressão das espécimes também motivou instauração de inquérito civil, em 17 de julho, pela Promotoria de Justiça, do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo de Diadema.

 

LIMITAÇÕES

O vice-presidente do Condepad (Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico, Documental, Artístico e Cultural de Diadema), Lindolfo Sancho, destaca que o colegiado defende a manutenção do desenho original da praça, mas entende as limitações em relação ao piso. “É de difícil manutenção, faltam profissionais especializados, então pretendemos que seja mantido onde for possível”, ponderou.

Sancho afirmou também que as obras de drenagem que a Prefeitura pretende fazer na área podem ser aproveitadas para o aterramento da fiação. “Já que vão abrir o chão, poderia ser feito tudo de uma só vez. E as árvores poderiam ser podadas ao invés de cortadas, já que realmente a fiação, hoje, encosta nos galhos e representa riscos”, concluiu.

Antropólogo e mestrando da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o vice-presidente do Condepad pesquisa o inventário de bens culturais da cidade. “Há diferentes atores sociais com interesse nesse processo, tem o pessoal de Defesa do Meio Ambiente, do Patrimônio, os comerciantes, (o pessoal) da Economia Solidária. É importante entender como cada um atua neste processo e qual a relação afetiva da população com a praça. O ato de sexta-feira vai nos ajudar nisso também”, finalizou.

A Prefeitura de Diadema não se manifestou até o fechamento desta edição.

 

 




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