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Mauá descarta reabrir restaurante popular São João

Estado de calamidade financeira impede retomada do serviço, suspenso desde outubro de 2016; cidade conta apenas com um equipamento

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
01/09/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Em grave crise financeira, a Prefeitura de Mauá descartou reabrir, a curto prazo, o Restaurante Popular São João, localizado no Jardim Maringá, fechado desde outubro de 2016. Responsável por servir média de 800 refeições, todas ao custo de R$ 1, o equipamento teve seu serviço interrompido no fim da gestão do ex-prefeito Donisete Braga (ex-PT, atual Podemos), após a cidade acumular dívida de R$ 64,9 mil com a empresa responsável por gerir o serviço.

Embora o débito tenha sido quitado no início deste ano, a gestão chefiada pela prefeita interina Alaíde Damo (MDB) alega não ter condições de reabrir o equipamento, tendo em vista, a situação de calamidade financeira da cidade, decretada em julho e que irá vigorar até novembro.

Com a medida, moradores que dependem do serviço são obrigados a percorrer trajeto de cinco quilômetros até o restaurante popular situado no Centro da cidade, único no momento a manter suas atividades.

“Eu mesmo acabei mudando minha rotina e agora trago marmita de casa. Mas isso acaba tendo um custo extra na minha renda”, afirma o comerciante Geliarde Barbosa de Souza, 33 anos, que trabalha em frente do equipamento fechado.

Não bastasse a dificuldade de chegar ao restaurante do Centro, moradores que dependem do serviço reclamam ainda do reajuste aplicado no ano passado no valor da refeição servida no local, por meio do decreto nº 8.286/2017, que aumentou o valor de R$ 1 para R$ 2. O local serve cerca de 1.000 refeições por dia.

“O valor é maior do que o cobrado no Bom Prato de Santo André. Isso sem contar que Mauá tem uma população muito mais carente”, desabafa a operário Antonio Lima, 49.

Por meio de nota, a Prefeitura de Mauá afirma não ter engavetado o projeto para reabertura do equipamento São João. Porém, só irá discutir a retomada da ação “havendo viabilidade orçamentária”.

O município diz ainda que em paralelo a essa discussão, a Secretaria de Segurança Alimentar mantém articulação com o Estado para ter uma unidade do Bom Prato – serviço de restaurante popular que oferece refeições ao custo de R$ 1. Por nota, a Prefeitura de Mauá diz que fez toda a inscrição para o programa, porém, aguarda sinalização do governo estadual.

O Palácio dos Bandeirantes, por sua vez, conforme mostrado pelo Diário no mês passado, alega que o projeto, apresentado em 2014 para a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social, esbarra na falta de área pública que atenda às especificações do programa onde o equipamento possa ser construído. 




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