Colocados como dobrada prioritária do PT em São Bernardo, os deputados estaduais Luiz Fernando Teixeira, que buscará a reeleição, e Ana do Carmo, pela primeira vez concorrendo a uma cadeira na Câmara Federal, asseguraram que a aliança não exclui ou compete com demais projetos eleitorais do petismo são-bernardense, citando principalmente as tentativas de renovação de mandatos do parlamentar estadual Teonilio Barba e do deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.

Em visita ao Diário, Luiz Fernando e Ana asseguraram que o elo não é excludente – ou seja, tanto ele quanto ela terão outras parcerias eleitorais –, embora seja a prioridade de ambos. “Todos da minha assessoria trabalham para eleger a Ana também. E grande parcela da assessoria da Ana está no meu apoio. Aliás, fui eleitor da Ana em 2006 e em 2010. Vou poder votar nela de novo”, disse Luiz Fernando. “As candidaturas do Barba e do Vicentinho dialogam em outros segmentos, vêm de um núcleo sindical. Não são nossos concorrentes”, adicionou.

Buscando vaga na Câmara Federal pela primeira vez, depois de quatro mandatos como estadual, a deputada comentou que há poucas mulheres concorrendo a esta vaga pelo PT na Região Metropolitana e que isso pode ser um diferencial. “Meu objetivo é fortalecer o partido e não prejudicar alguém”, disse. “Esta será uma eleição diferente, a logística é bem maior, mas tenho bagagem. Vejo a oportunidade com muita responsabilidade”, emendou ela, que também exerceu quatro mandatos de vereadora.

Luiz Fernando busca seu segundo mandato de deputado estadual. Sua primeira vitória, aliás, surgiu em um momento no qual o PT de São Bernardo estava em alta: o prefeito era Luiz Marinho (PT), que fora reeleito no primeiro turno em 2012. À ocasião, o diretório local emplacou as vitórias de Luiz Fernando, Barba, Ana e Vicentinho. Agora, o prefeito de São Bernardo é Orlando Morando (PSDB) e o PT sequer comanda o País. Para Luiz Fernando, porém, o cenário atual é melhor que o de 2014.

“Perdemos dez deputados estaduais e dez federais em 2014. Foi uma derrota trágica. A intenção de voto no PT hoje é muito maior”, avaliou. “O resultado em São Bernardo maquiou um pouco. Em 2016 (quando Tarcisio Secoli, PT, sequer foi ao segundo turno), sentimos os reflexos de 2014. A chave virou agora.”

Debutante na corrida por uma cadeira na Câmara Federal, Ana avaliou que a primeira dificuldade será convencer seu eleitor a trocar o número de urna – para vereador e deputado estadual são cinco números; para federal, quatro. “Muita gente estava acostumada com a última combinação”. Porém, para Luiz Fernando, a correligionária leva vantagem por obter boa fatia do Fundo Partidário. “Há regra nova, de destinação de 30% dos recursos às mulheres. Nessa lista estou entre os últimos”, brincou.