Política Titulo Dívida
Desfiliação do Consórcio não aliviou finanças de Diadema

Um ano após Câmara aprovar saída da entidade, por orientação de Lauro, município segue endividado

Júnior Carvalho
16/07/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


Principal argumento utilizado pelo prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), para justificar a desfiliação do município do Consórcio Intermunicipal, no ano passado, o alívio nos cofres da cidade ficou longe de ser alcançado.Um ano depois de a Câmara autorizar a saída da cidade do colegiado de prefeitos – a desfiliação foi aprovada em julho de 2017, mas só se concretizou em outubro –, o governo Lauro ainda convive com dificuldades financeiras para honrar com pagamentos a fornecedores, prestadores de serviços e até dívidas de custeio, como aluguéis de imóveis que abrigam equipamentos públicos da cidade.

Em junho, o Diário mostrou que o proprietário do prédio em que está instalada a 329ª Zona Eleitoral de Diadema, a maior da cidade, localizada no Centro, entrou na Justiça exigindo despejo e cobrando R$ 131 mil em aluguéis atrasados. O mesmo ocorre com outros dois equipamentos, a UAB (Universidade Aberta do Brasil) Polo Diadema, localizado no Centro, e o Caps (Centro de Atenção Psicossocial), também na região central da cidade. Só de mensalidades atrasadas desses dois prédios, o Paço diademense acumula dívidas de cerca de R$ 500 mil.

Também foi neste período pós-saída do Consórcio que a gestão Lauro não ofereceu reajuste salarial aos servidores públicos, alegando justamente dificuldades financeiras. O aumento para o funcionalismo só veio neste ano, de 7,02%. O índice refere-se à reposição da inflação de 2018, acumulada com a do ano passado. Já fora do Consórcio e, portanto, isento de arcar com o rateio mensal ao colegiado, Diadema também viu empresas que prestavam serviços na área da Saúde cessarem os atendimentos também por falta de pagamentos, como no caso dos diagnósticos por imagem no Quarteirão da Saúde.

HISTÓRICO
Lauro anunciou a saída de Diadema do Consórcio ainda em março do ano passado. Naquela ocasião, o verde enfrentava dificuldades na governabilidade e não tinha maioria na Câmara, o que ele só conseguiu reverter em julho. A saída de fato só se concretizou em outubro, já que o estatuto do colegiado previa um período entre o comunicado e a desfiliação definitiva da cidade associada.

Além de reclamar da falta de diálogo no Consórcio, Lauro, que era vice-presidente do colegiado, sustentava que a cidade era pouco beneficiada com recursos e ações promovidas ou geridas por meio da entidade. Porém, de lá para cá, o município ficou de fora de diversas iniciativas realizas pelo Consórcio nas mais diversas áreas, desde parcerias a capacitação de servidores públicos (veja a lista completa ao lado).

Em um ano, a gestão Lauro deixou de repassar aproximadamente R$ 1,7 milhão ao Consórcio, que aguarda na Justiça cobrança de R$ 10 milhões em dívidas deixadas pelo município. O Orçamento de Diadema está em R$ 1,2 bilhão.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;