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Mistério cerca morte de garota em Paranapiacaba

Dois meses após o corpo ser achado, vítima ainda não foi identificada; polícia tem poucas pistas

Por Bia Moço
Especial para o Diário
07/07/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Dois meses depois de o corpo de uma mulher ser encontrado na trilha do Cristal de Paranapiacaba, em Santo André, ainda não se sabe de quem se trata. O delegado titular da Delegacia de Homicídios do município, Filipe de Moraes, disse ontem que o exame de DNA ainda não saiu para comprovar de quem é o corpo, e não deu prazo para o resultado.

O mistério com relação à identidade deixa a família de Claudemir Carlos Anselmo, 45 anos, angustiada. Ele acredita que o corpo seja de sua filha, Gabriely Marcossi Anselmo, que completaria 19 anos no dia 11 de junho. Anselmo diz que a garota foi para o local para acampar com grupo de amigos, no dia 22 de maio. Dez dias depois, o corpo foi encontrado.

O ajudante geral diz que a filha era “doidinha” e gostava de ficar no mato. “A Gabriely sempre acampava com amigos e costumava ficar até 20 dias fora de casa. Não demos conta (do sumiço) nos primeiros dias, até porque era costume ela demorar para voltar (para casa)”.

O pai de Gabriely conta que a Delegacia de Homicídeos do município ligou para sua ex-mulher pedindo que comparecesse ao gabinete do delegado. “Quando fomos (à delegacia) nos contaram sobre o caso e perguntaram se nossa filha havia sumido. Eles (investigadores) tiveram acesso ao nome dela por conta da investigação. Chegaram aos amigos que estavam com a Gaby e encontraram pertences dela com eles. Tive de reconhecer os objetos e o corpo por meio de foto. Não há dúvida de que seja minha filha. O que dói é que ela foi, e nunca mais voltou.”

O medo de não a ter de volta fez com que a mãe, mesmo diante das provas, não acreditasse ser o corpo da filha e fizesse pedido de exame de DNA. “Primeiro disseram (investigadores) que o resultado (do DNA) saía em 20 dias. Depois, em 40. Se passaram dois meses e até agora não sabemos se, de fato, mataram a Gaby. Mas, infelizmente, temos certeza de que era ela sim”, afirma o pai.

Segundo o pai, o grupo que estava com sua filha informou não ter percebido que ela não voltava e, por esse motivo, decidiu ir embora e levar as coisas dela. No entanto, De acordo com Anselmo, dois garotos – um deles menor – que dormiam com ela na barraca ficaram desaparecidos por três dias quando a polícia os intimou para depor. “Todo o grupo conta a mesma história, de que a Gaby teria conhecido dois garotos e saiu para a trilha e ninguém sentiu sua falta”, comenta Anselmo.

O CASO

O corpo foi encontrado no dia 1º de junho, caído em local de difícil acesso. De acordo com o IML (Instituto Médico-Legal), a jovem já estava morta há pelo menos dez dias. O assassinato, confirmado pelo delegado, não tem suspeita aparente.

No feriado do Dia do Trabalho, um grupo de jovens que realizava trilha na cidade acionou as autoridades de Segurança após sentirem cheiro forte e avistarem o corpo de uma mulher, já em decomposição.

Na ocasião, por falta de luz e por tratar-se de local de difícil acesso – considerada trilha ilegal –, a polícia não pôde dar continuidade nas buscas, voltando somente na manhã do dia seguinte.


Polícia aguarda o resultado do teste de DNA para ter a identificação


Embora todas as provas colhidas até agora indiquem que o corpo encontrado na trilha de Paranapiacaba seja de Gabriely Marcosi Anselmo, o delegado titular da Delegacia de Homicídios do município, Filipe de Moraes, diz que ainda é prematuro apostar na identificação.

“Tudo leva a crer que seja a Gabriely. Os pais reconheceram objetos e a foto. Mas enquanto não sair o resultado do exame de DNA não podemos bater o martelo e dizer que é ela mesmo”, explica Moraes.

O delegado ressalta que, como de costume, o corpo foi sepultado sem identificação. Ele afirma que Gabriely foi degolada cerca de dez dias antes de encontrarem o corpo. “Cortaram o pescoço dela, portanto, a mataram com intenção. No entanto, não houve abuso sexual nem outro ferimento. Ainda não se sabe os motivos que levaram a isso (assassinato) e a investigação está em curso.”

Em duas semanas, o delegado diz que é possível avançar nas questões, inclusive quanto a suspeitos do assassinato, sobretudo se houve envolvimento dos colegas de acampamento que portavam pertences da jovem em suas casas.

No dia em que o corpo foi resgatado, a equipe do Diário conversou também com investigador que acompanhou a perícia e, de acordo com ele, a menina estava vestida e sem sinal de reação contra qualquer ato de violência. 




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