O bloco 3 da Etec (Escola Técnica Estadual) Lauro Gomes, em São Bernardo, onde caiu parte do forro e do telhado na sala 359 no dia 12, ficará fechado para as obras de reforma - a previsão inicial é de 120 dias, segundo o Centro Paula Souza. Ontem pela manhã, os alunos foram surpreendidos com a presença de um segurança que impedia a entrada no prédio.

Apenas o refeitório funcionará no espaço físico, mesmo assim com a entrada dos alunos somente pelos fundos do prédio. Da parte administrativa, as salas da coordenação e da APM (Associação de Pais e Mestres) terão acesso livre.

Coincidentemente, a medida tomada pelo centro, ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, ocorreu no mesmo dia que o Diário publicou reportagem sobre a recomendação e o pedido de interdição do prédio pelo Ministério Público - houve ação cautelar protocolada no Fórum, mas ainda não julgada.

Para a direção da instituição, conforme informado depois do acidente há 12 dias, não haveria necessidade para a interdição total do bloco. Apenas parcialmente, de tal modo a resguardar a segurança dos alunos - a coordenação técnica do centro reiterou.

Ontem, indagado sobre o isolamento total do prédio, o centro informou que a medida foi para "agilizar as obras de reforma do telhado". Os cerca de 1.200 alunos que utilizam o bloco 3 foram acomodados em salas de outros prédios da unidade.

O acidente ocorrido na sala 359, durante aula de Português, não teve nenhuma vítima. Na hora, a professora e 40 alunos do 3º ano, turma F, do Ensino Médio, estavam no local - tijolos também caíram. Boletim de ocorrência foi registrado por grupo de estudantes.

Também um inquérito civil público, aberto em janeiro pelo MP por conta de denúncias de alunos, apura as condições físicas da tradicional escola, fundada há 55 anos.

PROTESTO

A equipe do Diário esteve ontem pela manhã na escola. No bloco interditado, homens trabalhavam na substituição do forro no corredor.

No pátio, protesto consciente dos alunos com EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Os capacetes iam desde o original de obras até os de motociclistas e skatistas. Alguns inovaram com caixas de papelão e escorregor de arroz na cabeça. Teve quem assistiu à aula com o traje.

"O ato é para evidenciar o problema e resolvê-lo mais cedo", afirmou Lucas Alves, 16 anos, do 3º ano, que combinou a manifestação por rede social.