Hoje, a partir das 19h, um grupo de amigos, sambistas e atores, promete se reunir para cantar e contar casos em homenagem ao ator e dramaturgo Plínio Marcos, morto em novembro de 1999. "É só chegar", diz o convite.

É o início de um período de reflexões sobre obra, artista e homem. No dia 28 de outubro será lançada a biografia "Plínio Marcos: Bendito Maldito", com cerca de 500 páginas, em outro teatro paulistano, o Tuca.

Na obra, com centenas de entrevistas, o autor Oswaldo Mendes foge do estereótipo do ‘autor analfabeto', difundido pelo próprio Plínio - arrastando chinelos ao vender seus escritos nas portas dos teatros - e revela corajosamente suas várias facetas, das menos favoráveis aos atos de rara grandeza, escondidos pelo biografado quando vivo.

Como dar conta? "Para driblar essa armadilha só mesmo caminhando entre a literatura, com o colorido ficcional que Plínio deu a episódios reais, e o máximo de rigor jornalístico possível", escreve Oswaldo no prólogo do livro. E cumpre o que promete.

Refaz os passos de Plínio em ordem cronológica, desde a infância em Santos até sua morte em São Paulo, mas dá pequenos saltos para atiçar a curiosidade, antes de voltar ao ponto de partida.

Começa por desfazer a imagem, ‘vendida' pelo biografado, de moleque solto no mundo, criado entre marginais e bordéis. Ocorre que Plínio Marcos era canhoto e as ‘reguadas' corretivas para usar a mão direita - didatismo comum à época - lhe valeram a gagueira e horror à escola.

Com poder de síntese, Mendes traça um panorama histórico da cidade de Santos na década de 1950, um centro cultural efervescente no qual o jovem de inteligência aguda conviveu com artistas e intelectuais e fez sua formação. O Arena fica na Rua Teodoro Baima, 94, centro.