Os peregrinos que quiserem seguir a rota proposta pelo projeto ainda têm três pontos de passagem: Cubatão, Guarujá e Bertioga. O restante do trajeto, que compreende mais de 200 quilômetros, só deve ser inaugurado no fim de outubro e vai de São Sebastião a Ubatuba.

Cubatão - a chamada rota alternativa que se liga à principal e vai até Santos - era ponto obrigatório de passagem dos jesuítas que iniciavam ali a escalada da Serra do Mar. Lá recomenda-se visitar a Praça do Cruzeiro Quinhentista, o Largo do Sapo e a Ponte sobre o Rio Cubatão.

No Guarujá, que dá continuidade à rota principal, as Ruínas da Ermida de Santo Antonio do Guaibê foram palco de diversas missas de Padre Anchieta. Outro ponto indicado aos peregrinos é a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Esse é o maior trajeto do roteiro, com 41 quilômetros.

Seguido o percurso, chega-se à cidade final do trecho inaugurado: Bertioga. Nela está o Forte São João, considerado o primeiro forte do Brasil. Ele serviu por cinco dias como abrigo para Anchieta e o Padre Manoel da Nóbrega antes de seguirem para missão em Ubatuba. Por conta do episódio, foi construído na cidade o Parque dos Tupiniquins.

SEGUNDA ETAPA

A próxima jornada tem início em São Sebastião e seguirá até Ubatuba, no Litoral Norte. No meio do caminho, em Ilhabela, Anchieta celebrou missa na Praia Ponta das Canas e ajudou na construção da Igreja Matriz Nossa Senhora D'Ajuda. O roteiro também passa pela cidade de Caraguatatuba até o ponto final, em Ubatuba.

Foi lá que o jesuíta liderou o primeiro Tratado de Paz da América Latina, negociado entre portugueses e líderes tamoios. Tudo isso deverá ser recontado no caminho.

Em todos os locais por onde o caminho dos Passos dos Jesuítas passa, é possível conferir no Guia do Caminhante dicas de onde ficam os pontos de informações turísticas, telefones úteis de cada cidade, pontos de atendimento médico, de segurança, informações sobre o transporte e locais para complementar o roteiro, caso sobre tempo.

Assim que todo o percurso for finalizado, com a inauguração da segunda etapa, o governo deverá fazer mais três rotas homenageando os jesuítas e outras quatro em nome dos bandeirantes que desbravaram as terras promissoras de São Paulo.SC900,115

COMPOSTELA

Um dos mais famosos caminhos percorridos pelo mundo é o de Santiago de Compostela, que passa por vários países da Europa e termina na Espanha. Ele entrou na história há 12 séculos, quando encontraram os restos mortais do apóstolo São Tiago.

Conta-se que havia um bosque onde o ermitão Pelayo observou, durante a noite, uma chuva de estrelas que ocasionou luminosidade intensa. Ele contou ao bispo Teodomiro, que mandou escavar o bosque e descobriu o túmulo de São Tiago.

O local, então, passou a atrair peregrinos de toda Europa, o que levou o rei Afonso II a erguer uma capela para o apóstolo. A cidade cresceu em volta do local sagrado, passou a ser chamada de Compostela e, posteriormente, abrigou a catedral.

O caminho que leva os peregrinos à basílica, com diversas rotas - a que parte da França tem cerca de 800 quilômetros de extensão -, apresenta aspecto medieval.

Hoje encontram-se andarilhos a pé ou de bicicleta ou os que vão apenas visitar o túmulo de São Tiago e a catedral. Para se acomodar durante todo o caminho, o peregrino pode hospedar-se em albergues e deve estar sempre com a credencial em mãos, para receber o carimbo em igrejas ou no órgão de turismo local. Se concluir o trajeto e tiver o número de carimbos suficiente, o peregrino receberá a Compostelana, certificado do percurso.

Em São Paulo existe um preparatório para Santiago que é o Caminho do Sol, criado por José Palma. O percurso, de 241 quilômetros, vai de Santana de Parnaíba a Águas de São Pedro e leva geralmente 11 dias para ser concluído. A paisagem é dominada por estradas de terra e asfalto, igrejas, canaviais e culmina na Casa de Santiago, onde há uma imagem do santo. Concluída a rota, o peregrino recebe o certificado Arasolis.