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Jovens morreram soterrados no mesmo local onde criança foi carbonizada
Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
24/11/2009 | 07:59
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O local onde o barraco pegou fogo anteontem, levando à morte um menino de 7 anos, foi palco de outra tragédia oito anos atrás.

Em outubro de 2001, três crianças morreram soterradas em um deslizamento de terra provocado pelas chuvas naquela mesma viela da Chácara Maria Aparecida, em Mauá. A área é considerada de risco pela Defesa Civil.

"Na época, colocaram até uma placa falando que ninguém podia construir aqui. Mas não tem jeito. O povo não tem dinheiro para ir para outro lugar. Vai morar onde?", argumenta o desempregado José Custódio, 52 anos, morador do local.

"Ninguém quer morar num lugar onde morreu uma criança. É muito triste ter que conviver com uma lembrança dessas", afirma o montador Wanderley de Oliveira Marcaça, 37 anos.

Em janeiro de 2002, uma nova chuva causou um desbarrancamento que destruiu parcialmente oito barracos. Os imóveis foram interditados pela Defesa Civil, mas, como a Prefeitura não forneceu alojamento para as famílias, elas continuaram morando na Chácara Maria Aparecida, em meio à lama.

CASA DE PASTORA - Após o incêndio de anteontem, a faxineira Márcia Martins Barbosa se mudou com o marido para a casa da pastora da Igreja Pentecostal dos Navegantes Ivanilda dos Santos, 53. As crianças ficaram com a avó paterna. "Os meninos não têm nem chinelo para usar", diz Ivanilda. "A Márcia ficou sem chão, sem nada", afirmou. A pastora contou, ainda, que a faxineira havia começado a trabalhar em uma empresa na semana anterior.

Vela esquecida fez apartamento pegar fogo no dia do apagão

Uma vela acesa que caiu sobre um colchão foi a possível causa de um incêndio ocorrido em um apartamento no bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo, na madrugada do dia 11. Naquela noite, o País sofreu um apagão devido a uma falha na Hidrelétrica de Itaipu.

No apartamento, estavam dormindo mãe e filho de 1 ano. Ninguém ficou ferido. A moradora percebeu a vela caindo sobre o colchão que começou a pegar fogo. "Ela pegou a criança no colo e saiu correndo", contou o vendedor Sérgio Henrique Pascon, 31, marido da vítima, que não estava no apartamento na hora do incêndio.

Outros moradores do edifício contaram que tentaram usar uma mangueira para controlar as chamas, mas, a água não saiu, já que o apagão interrompeu também o abastecimento de água.

Por precaução, parte do prédio foi evacuado, e o sistema de gás encanado foi desligado. "Houve avarias por todo o imóvel, mas o fogo não saiu do quarto. O vento nos ajudou, pois empurrava as chamas para a janela", contou, na ocasião, o sargento Wanderley Fontes, do Corpo de Bombeiros.

O sargento explicou que, quando há interrupção no fornecimento de energia elétrica, aumenta a possibilidade de incêndios em residências por causa do uso de velas sem o devido cuidado. "Seria melhor que usassem lanternas em vez de velas. Mas, geralmente são elas (as velas) que estão mais à mão nesses momentos." Fontes dá uma dica para evitar esse tipo de acidente: "É só colocar a vela em cima de um prato com um filete de água. Se ela cair, se apaga automaticamente." (Do Diário do Grande ABC)




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