Setecidades Titulo Parceria
USCS sediará pesquisa sobre pílula do câncer

Parceria com pesquisador permitirá testar efeitos da fosfoetanolamina em pacientes da região

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
26/02/2016 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


A USCS (Universidade Municipal de São Caetano) será polo de estudos a respeito da fosfoetanolamina (composto químico orgânico presente naturalmente no organismo de diversos mamíferos), popularmente conhecida como pílula do câncer. Parceria entre a instituição de Ensino Superior e o biólogo e pesquisador voluntário da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Bauru, Marcos Vinicius de Almeida, permitirá testar os efeitos da substância no organismo de pacientes da região que tenham câncer.

Na prática, Almeida explica que as pesquisas realizadas na USCS servirão como contraprova da terceira fase de testes com o composto, prevista para ter início dentro de duas semanas em laboratório particular em Cravinhos, no Interior do Estado a partir da liberação de R$ 2 milhões pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Quanto mais centros de estudos clínicos, mais pessoas teriam acesso à fosfoetanolamina de forma controlada. Porque é preciso ter acompanhamento médico do que está sendo feito”, diz.

O pesquisador esclarece ainda que o estudo financiado pelo governo do Estado é necessário para que a Anvisa possa registrar a substância. A expectativa é que os primeiros resultados sejam conhecidos daqui um ano e meio. “O que sabemos é que ela (fosfoetanolamina) tem efeito muito positivo para alguns tumores. Empiricamente, vem sendo utilizada por pacientes (estima-se que 200 mil no País nos últimos 25 anos), só que estes pacientes não foram cadastrados. Precisamos catalogá-los.”

Embora seja considerada possibilidade de cura para diversos tipos de câncer, a fosfoetanolamina não é um medicamento, já que não foi testada cientificamente em humanos. Ainda assim, pacientes recorrem à substância, distribuída no campus de São Carlos da USP (Universidade de São Paulo), via medida judicial. Caso da pedagoga e administradora Bernardete Cioffi, 56 anos, que descobriu câncer de mama em 2013.

Após ver seu quadro clínico evoluir para metástase óssea e ter expectativa de vida de apenas seis meses, Bernardete decidiu, por sua conta e risco, testar a pílula sobre a qual teve conhecimento nas redes sociais. Com a ajuda do genro advogado, a moradora da Capital conseguiu ter acesso à droga em setembro de 2015. “Meu estado físico estava extremamente debilitado. Sentia dor intensa, que não passava nem com morfina, então ficava na cadeira de rodas. Hoje, me sinto ótima, meus marcadores tumorais baixaram e voltei a ter qualidade de vida”, destaca a paciente, que voltou a andar.

O reitor da USCS, Marcos Sidnei Bassi, destaca que aguarda a apresentação da pesquisa proposta por parte de Almeida para dar andamento ao processo, o que deve ocorrer nas próximas semanas. “A expectativa é boa. Esse é o papel da universidade: ampliar o conhecimento, ainda mais em área tão crítica como essa”. O prefeito Paulo Pinheiro vai na mesma linha de pensamento. “Nossa tarefa é ajudar a população e essa parceria beneficiará ainda a faculdade, que ganha com a presença dos pesquisadores”, considera.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;