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Reali tenta acabar
com fugas da base
Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
29/09/2011 | 07:22
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Depois de ver PV e PTB se desgarrarem da base governista para articularem candidaturas próprias ao Paço em 2012, o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), convocou o que restou de seu arco de apoiadores para almoço nada informal em restaurante do Centro, ontem. No cardápio, o receio do petista em sofrer novas baixas e a tentativa de segurar os seis partidos que lhe dão sustentação na Câmara em sua campanha para a reeleição, no ano que vem.

Os dirigentes do PCdoB, PR, PPS, PDT, PMDB e PSB sentaram à mesa com o chefe do Executivo e seu interlocutor político, o chefe de Gabinete, Osvaldo Misso (PT), que reconheceu o teor da conversa. "Depois das demonstrações do PV e do PTB, queremos fechar o grupo, que é forte. A conversa foi importante para avaliar que a base tem condição ética para uniformizar o discurso (pela candidatura de Reali)", afirmou.

Com a manobra, Reali tenta conter o ímpeto de eventuais siglas insatisfeitas com a condução ou com os espaços que lhe são conferidos na administração petista. Na segunda-feira, o chefe do Executivo anunciou, em represália a PV e PTB, que os funcionários comissionados indicados pelos partidos serão exonerados até amanhã - são cerca de 40 verdes e dez petebistas. A data limite, no entanto, não foi confirmada por Misso. "O prefeito colocou uma data simbólica. Não há nada pré-definido", informou.

Nos bastidores, comenta-se que o governo tem procurado partidos aliados para que deem abrigo aos vereadores Pastor Edmilson (PRB) e Marion Oliveira (PTB) - as siglas abandonaram Reali a contragosto dos parlamentares (leia reportagem ao lado).

Enxadrismo - A articulação para a composição da aliança à chapa de Mário Reali em 2012 ganha contornos semelhantes aos de um jogo de xadrez em Diadema. O prazo para filiações partidárias para quem pretende disputar a eleição - que expira no dia 7 - é apontado como o responsável pelas turbulências no cenário político da cidade.

"Estamos em momento importante, a poucos dias do limite para as filiações. As movimentações são naturais", considera Osvaldo Misso, que anuncia que, por ora, não discute novas adesões ao grupo governista - o integrante do primeiro escalão concentra os esforços em não perder aliados. "Garantia de que (o sexteto que dá base na Câmara) estará junto, só teremos em junho (mês das convenções partidárias). Mas há manifestação exposta de todos para que isso ocorra."

Governo deve salvar eleição de Marion e Pastor Edmilson

Com intuito de não municiar opositores, o prefeito Mário Reali tentará salvar os mandatos de dois governistas que estão em saia justa para o pleito do ano que vem. Durante reunião com a base aliada, Reali comentou a interlocutores que precisa encontrar partidos alternativos para alocar Marion Oliveira (PTB) e Pastor Edmilson Cruz (PRB).

Marion está com dificuldade para impor sua vontade de manutenção da aliança com o PT na cidade. O presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, reiterou que a sigla terá candidatura própria, com a sindicalista Silvana Guarnieri. A vereadora já manifestou vontade de deixar a legenda, mas teme perder a cadeira na Casa.

A petebista esteve com José Augusto da Silva Ramos (PSDB) na eleição de 2008, porém, mudou de lado assim que houve a confirmação de outra derrota do tucano.

Já Edmilson não terá apoio da Igreja Universal, sua base política. Os líderes religiosos avisaram que irão investir em outro candidato, até porque ele não teria feito campanha aberta aos postulantes a deputado do PRB na eleição de 2010. O vereador está negociando com o PMDB.

O republicano foi considerado peça-chave no pleito de 2004, quando o hoje deputado federal José de Filippi Júnior (PT) concorreu à reeleição contra Zé Augusto. Com os votos religiosos no segundo turno, Filippi bateu o tucano por pouco mais de 500 sufrágios. A fidelidade de Pastor Edmilson fez com que fosse nomeado secretário de Abastecimento, à época. (Raphael Rocha)




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